Crítico britânico diz que a cozinha portuguesa ‘é a pior do mundo’

O crítico gastronómico inglês Giles Coren escreveu no seu espaço no The Times um texto sobre A Taberna do Mercado, um restaurante de Londres que serve pratos típicos portugueses (confeccionados pelo chef Nuno Mendes), e afirmou que “a cozinha portuguesa é a pior do mundo”.

“A cozinha portuguesa é a pior do Mundo. Ou, pelo menos, a pior de qualquer nação. Obviamente, a cozinha irlandesa nem lhe dá hipótese. Ou a polaca. (…) Na melhor das hipóteses, a cozinha portuguesa é o que a cozinha inglesa seria se tivéssemos um vlima melhor”, escreveu.

Para além disso, Giles Coren afirma que “a comida nos hotéis portugueses nunca é portuguesa. As pessoas estão de férias. Não seria justo”.

A crítica acabou por ser divulgada em blogues portugueses e nas redes sociais. Rui Paula e Miguel Rocha Vieira, dois dos chefs mais conhecidos em Portugal e membros do júri do programa da TVI Masterchef Portugal,  usaram as suas páginas no Facebook para reagir ao texto de Giles.

“Não concordo. Não consigo subscrever. Não consigo compreender. Se há coisa com que nós devemos orgulhar é do mar que temos e da comida que fazemos. Giles Coren, convido-o a vir almoçar comigo um dia destes para conhecer um dos grandes motivos que nos dá orgulho em ser português”, publicou Miguel Rocha Vieira na sua página oficial.

“É uma verdadeira afronta à nossa cultura gastronómica, cultural e histórica; como é possível fazer considerações generalistas sobre algo, quando só se conhece a ponta do véu? Para um crítico, os galardões não são carta verde para, despudoradamente, disparar para todos os lados a seu bel-prazer. Certamente, alguém com responsabilidades em limpar o bom nome da cultura de um povo, que acaba de ser enxovalhado, tomará medidas para por este senhor no seu devido lugar: a de um mero cidadão, a emitir uma mera opinião, que vale o que vale perante a dimensão da nossa história”, escreveu Rui Paula no Facebook. 

Nos comentários a esta publicação, houve quem aconselhasse Rui Paula a ignorar o texto, mas o chef português disse que “temos de nos indignar”.