O refúgio

Li um artigo no Público com o título ‘Refugiados que sonharam com Paris e Berlim vão ser recebidos em Penela’. Sorri porque me pareceu sarcástico, mas o texto de Graça Barbosa Ribeiro era sério e referia uma boa alternativa para os desafortunados que foram obrigados a deixar os seus países. É reconfortante saber que é…

O tempo das alforrecas

Lembro-me de em miúda aparecerem em setembro, acabando de vez com os banhos e a época balnear. Recentemente têm aparecido em finais de agosto, como uma antecipação desagradável do outono, que é bonito, mas não me alegra. Há dias, as alforrecas eram tantas que tivemos de andar até descobrir um espaço na água em que não estivessem paradas à espera não sei de quê. Tendemos a ver más intenções em bichos viscosos. Se é feio, então é mau e perigoso. Pode morder, queimar ou picar, não sei ao certo o que nos faz uma alforreca. Mudar de sítio? Faço uma pesquisa rápida no ‘São Google’ para saber se nos devemos preocupar. Se fossem perigosas, tinham interditado a praia e isso só acontece quando aparecem as mais exóticas, por acaso lindas de morrer. A seu tempo, as alforrecas que invadem o Mediterrâneo através do Canal do Suez, limpando espécies de peixes pelo caminho, tornar-se-ão um problema ambiental. Só as tartarugas que as comem nos poderão salvar.

Fechar portas

No momento em que estiver a ler esta coluna, o que desde já agradeço, os debates entre os lideres partidários para as eleições legislativas terão começado. Pela minha experiência a seguir estes debates pela televisão prevejo que o meu interesse seja grande no início e que diminua paulatinamente até ao derradeiro confronto. Porém, antes de isto acontecer, tenho duas observações a fazer. Não sei se concordo com os que afirmam que só um frente a frente entre Passos Coelho e Costa não será suficiente. É tão provável que o receio se confirme como pelo contrário se conclua que um debate até foi demais. A minha segunda observação é de repúdio à ideia de Paulo Portas não dever participar ou participar pouco nos debates. Penso que o líder do CDS é interessante de ouvir e as audiências concordam comigo. Também não percebo os partidos da oposição, que olham para a coligação como se fosse um partido único. Paulo Portas já deu provas do contrário.

Vera

Depois do deserto televisivo na época estival – salvo a excelente terceira temporada de Masters of Sex -, cheios de sede e fome, num zapping ansioso, à procura de um programa decente, chegámos a um oásis no FOX Crime. Vera é uma detetive invulgar, passo a redundância, que dá o nome à série. A chefe policial Vera Stanhope, interpretada brilhantemente por Brenda Blethyn, é a heroína criada pela prolífica escritora britânica Ann Cleeves. A mal-humorada, impaciente e ao mesmo tempo compreensiva detetive com o que interessa (que nunca é nada relacionado com família) resolve todos os crimes terríveis que acontecem na zona inóspita do norte de Inglaterra, que faz fronteira com a Escócia. O clima é tão sombrio e o mar tão revolto e selvagem como são os crimes naquele local tão solitário. Se a maldade fosse um sítio, seria isolado, triste e ventoso. Os episódios duram hora e meia cada e são transmitidos de terça a quinta, pelas 23h10. A não perder.

O que há num nome?

Há dias vi um casal a tirar fotografias na praia com um utensílio que alguém terá traduzido por ‘pau de selfie’. É nestas alturas que percebemos a importância dos nomes que damos às coisas. Estava bandeira encarnada, como esteve quase sempre, mas as duas almas de costas para as ondas pareciam indiferentes ao perigo de serem arrastadas ou à possibilidade de ficarem de repente molhadas da cabeça aos pés, ‘pau de selfie’ e telefone incluídos. Sim, o mar estava tão bravo quanto isso. Não foi o único casal que vi agarrado ao objecto. Dada a proliferação destes utensílios, perguntei no Twitter quanto custaria uma coisa destas, só por curiosidade e não por nenhum fervor moralista. Pelas respostas, foi possível concluir que os ‘paus de selfie’ custam entre sete (sem bluetooth) e dez euros à entrada de algumas praias do Algarve e nos chineses. Já o ‘bastão de selfie’ em lojas da capital custa entre os 40 e os 80 euros. É caro mas sempre é um ‘bastão’.