PSP defende alteração do método de vigilância

A opção pela prisão domiciliária de Ricardo Salgado com recurso a vigilância policial, em detrimento da vigilância eletrónica, continua a causar desconforto na PSP de Cascais, apurou o SOL junto de fonte policial.

Desde 25 de julho, data da aplicação da medida, não houve qualquer alteração nos procedimentos. Todos os dias há 16 agentes destacados para vigiar em permanência a moradia do ex- presidente do BES – quatro elementos em turnos de seis horas.

“Em matéria operacional, o dispositivo policial mantém-se”, acrescentou a mesma fonte. A PSP espera que na revisão trimestral das medidas de coação – mesmo que o juiz Carlos Alexandre decida pela manutenção da obrigação de permanência na habitação – o modus operandi do dispositivo policial seja alterado.

O juiz Carlos Alexandre determinou a comunicação à PSP das medidas aplicadas e solicitou a vigilância adequada a assegurar o cumprimento das obrigações impostas. No entanto, a lista com os nomes das pessoas que Salgado foi impedido de estabelecer contactos está apenas na posse dos oficiais da PSP.

Aos agentes no local é pedido um relatório de fiscalização diária. Essa informação é submetida aos superiores hierárquicos, a quem compete fazer o cruzamento com as diretrizes do despacho judicial. Na prática, “só após a leitura do relatório o juiz saberá que esteve na casa indevidamente”, explica a mesma fonte. Além dos restantes arguidos no processo, Salgado não pode contactar com Henrique Granadeiro, Zeinal Bava e Francisco Machado da Cruz, entre outros.

“Os polícias comentam que se sentem como simples seguranças privados a vigiar uma residência. Não é qualquer cidadão que tem esse privilégio”, critica a mesma fonte.

sandra.a.simoes@sol.pt