Centenas manifestaram-se em Lisboa em solidariedade com jovens angolanos detidos

Centenas de pessoas concentraram-se hoje no Rossio, em Lisboa, para manifestar solidariedade com os 15 presos políticos encarcerados em Angola.   

"Abaixo a Ditadura" e "Liberdade Já" são algumas das palavras de ordem que se ouvem na vigília organizada no Rossio e que decorre depois de uma concentração defronte do gabinete do Parlamento Europeu, no Largo Jean Monet, em Lisboa.

Os manifestantes distribuíram fotografias dos 15 detidos e uma ilustração do rosto de Luaty Beirão, músico luso-angolano de 33 anos, que se encontra em greve de fome há 24 dias, e internado no Hospital Prisão de São Paulo em Luanda.   

A ação de solidariedade junta angolanos e portugueses que demonstram preocupação sobre o estado de saúde de Luaty Beirão.

Presente no protesto, a deputada Isabel Moreira, do PS, lembrou que o que está em causa são questões relacionadas com direitos humanos e critica a posição da diplomacia portuguesa sobre o caso do luso-angolano em greve de fome.

"O Ministério dos Negócios Estrangeiros tem de ter uma atitude mais clara do que dizer que está a acompanhar a situação. Isso não chega. Estarmos a acompanhar a situação estamos todos e o Ministério dos Negócios Estrangeiros tem as suas responsabilidades", disse à Lusa Isabel Moreira que se declarou indignada com a situação.

"O que está aqui em causa são direitos humanos universais, é a liberdade de expressão paga com a vida, com a vida desta pessoa, com a prisão de mais 14 pessoas e dizer simplesmente que é preciso ter uma situação de cautela e de respeito pelo que as autoridades angolanas possam fazer ou que se vai acompanhar a situação, não é admissível. É outra mordaça", acrescentou a deputada socialista.

Também Ribeiro e Castro, do Partido Popular, presente na manifestação, referiu que não se pode ficar em silêncio perante o que acontece em Angola.  

"Existe um grande embaraço (em Portugal) mas primeiro existe um complexo, primeiro de colonizador — colonizado que eu creio que já deveria ter passado, mas que permanece ao fim de 40 anos, e por outra lado existem estreitos laços económicos, de dependência económica de muitos setores que se auto silenciam ou são silenciados e isso é negativo", disse à Lusa Ribeiro e Castro que também participa na vigília que ainda decorre em Lisboa.

Lusa/SOL