Turquia quer fabricar carro da Saab

A Turquia comprou os direitos de produção do Saab 9-3, modelo da histórica marca sueca que deixou finalmente de ser produzido em maio de 2014. O Conselho de Investigação Científica e Tecnológica da Turquia (TÜBITAK) quer fazer do veículo o ‘carro nacional turco’.

Mas atenção, não será propriamente o modelo da imagem – que boas lembranças traz a muita gente que o conduziu e ainda conduz – uma vez que o 9-3 já nem cumpre requisitos de segurança que permitam uma produção em massa para os países europeus. O que o TÜBITAK (sigla original) pretende é usar a estrutura do carro como ‘espinha dorsal’ para um modelo novo, a lançar até 2020, totalmente eléctrico.

Outro objectivo passa por garantir que 85% a 90% dos componentes do novo automóvel sejam turcos. “Desde o design à produção, a Turquia será o centro para todas as partes e processos para aquele que será o primeiro carro turco”, afirmou o ministro da Ciência, Indústria e Tecnologia, Fikri Isik.

A Turquia é já um importante construtor de automóveis – sétimo a nível europeu – mas os modelos que saem do país, principalmente Ford, Renault e Fiat, não são propriamente veículos turcos. O renascido Saab 9-3 será o “carro nacional da Turquia”, segundo a NEVS, empresa de capitais chineses que vendeu os direitos de produção do modelo.

O TÜBITAK chegou a ponderar fazer um modelo do zero, mas calcularam que teria um custo de mil milhões de dólares, pelo que comprar os direitos de um carro já existente sai mais barato.

A Saab começou por ser vendida pela General Motors em 2010, à Spyker, mas falências, processos judiciais e dificuldades de negociação levaram a que a empresa fosse vendida em 2012 ao consórcio chinês National Electric Vehicle Sweden. O foco iria passar para o fabrico de carros eléctricos, contudo as dificuldades financeiras e os litígios continuaram. Retomada em 2013, a produção do Saab 9-3 terminou em maio do ano passado, com cerca de 100 carros por completar.

No final do ano passado parecia haver de novo uma luz ao fundo do túnel, com a gigante indiana Mahindra a mostrar-se interessada na Saab, segundo noticiou o Financial Times em dezembro, mas o negócio não avançou.

emanuel.costa@sol.pt