Exército sírio conquista Idlib, último bastião rebelde

Depois da queda de Homs, o reduto rebelde que foi castigado por um mês de bombardeamentos, o exército sírio concentrou a sua atenção na outra cidade rebelde, Idlib. A ofensiva final foi lançada na segunda-feira e a cidade está agora sob total controlo do regime.

o exército sírio está concentrado nessa cidade junto da fronteira turca, de onde chega informação apenas através dos órgãos oficiais do regime, já que no local não há jornalistas independentes.

idlib, uma cidade de 150 habitantes maioritariamente sunitas, fica a 160 quilómetros de homs e foi das primeiras a cair nas mãos dos desertores do exército, no verão passado. os rebeldes controlavam uma grande parte da cidade e, com a queda de homs, no início do mês, foi utilizada como refúgio para os rebeldes em fuga.

a captura de homs e idlib proporcionam um momento chave para bashar al-assad, que parece cada vez mais perto de esmagar a revolta popular que começou há cerca de um ano. a versão do regime de que se trata de grupos terroristas desestabilizadores – similar à versão que foi utilizada por kadhafi – pode convencer metade da população da síria, mas não convence a comunidade internacional, com excepção da china e da rússia, que continua a fornecer o país com armamento.

apesar do anúncio ontem feito nos media oficiais do país, segundo o qual assad terá remarcado as eleições gerais para 7 de maio, a comunidade internacional continua a aumentar a pressão.

depois de, no fim-de-semana kofi annan ter falhado a negociação do cessar-fogo, a atenção internacional está cada vez mais focada no país, com os eua a considerarem algumas opções a nível militar e a liga árabe a afirmar que a repressão do regime contra civis deve ser internacionalmente investigada por constituir crime contra a humanidade.

 

rebeldes pedem armas ao estrangeiro

apesar de se temer que estas duas derrotas possam matar a revolta síria, o exército livre sírio – composto por desertores do exército e por protestantes armados – continua activo e fez já um apelo a que estados amigos possam fornecer armamento que lhe permita reagrupar-se e voltar a lutar.

um novo fluxo de armas poderia transformar o conflito e há inclusive países que estão a discutir o fornecimento de ajuda militar, nomeadamente, a arábia saudita e o qatar. os eua e outros países não avançam para essa solução por temerem que armar os rebeldes prolongue ainda mais o conflito e o torne mais sangrento.

catarina.palma@sol.pt