Partidos do centro dão gás aos populismos extremistas

A França circunspecta e do Centro entrou em paranoia com uma proposta dos socialistas de se retirar a nacionalidade francesa a pessoas condenadas por terrorismos extremistas

É que segundo alguns deputados socialistas, a proposta deverá abranger, não só pessoas com dupla nacionalidade (como pretendia o Governo), mas até as que são apenas franceses. Ora isto, para figuras bem pensantes, contraria os direitos humanos, que estão pensados, não apenas para pessoas exemplares, mas até para criminosos e terroristas.

As Leis ocidentais têm procurado proteger mais os criminosos do que as vítimas, talvez por serem redigidas por advogados que delas necessitam para a sua atividadeprofissional. No entanto, a sensatez de quem não é advogado (ou bem pensante na linha tida por politicamente correta) pede maior proteção de vítimas frente aos criminosos. E essa sensatez que abarca um eleitorado cada vez mais vasto está a ser deixada hoje nas mãos dos grupos populistas mais extremistas – que podem desta maneira crescer à vontade, com o beneplácito crítico dos bem pensantes e politicamente corretos que dominam os partidos centrais. Como eu nunca quis ser politicamente correto, custa-me assistir passivamente a isto. E afinal percebe-se bem assim porque uns certos partidos populistas e extremistas estão a ver crescer o seu apoio eleitoral. São os centristas que recusam atitudes de mediana sensatez.

Por outro lado, quando vemos os extremistas muçulmanos enredarem-se numa guerra aberta, lá longe, no Médio Oriente, em pleno Golfo, ficamos deveras preocupados, por causa dos esforços plácidos que fazemos pelo bem do mundo (e até por algum maior cinismo em cuidarmos de uma paz que também nos atinja). No entanto, devíamos ficar satisfeitos por ver os sunitas extremistas da Arábia Saudita, mais osseus apoiantes, entrarem em conflito total com os xiitas extremistas que vogam sob a alçada das autoridades de Teerão. Poderíamos pensar que enquanto eles se guerreiam, folgamos nós. Mas não: preocupamo-nos, tentando que não se guerreiem, arriscando-nos a que se unam contra nós.

Só falta continuar o mundo a tratar com pinças, por ser bastante criminoso, o regime da Coreis do Norte. E a arcar com a sua irresponsável imprevisibilidade – como é próprio dos criminosos piores.