O mau perder atira com o populismo

Embora nos tenhamos fartado do hábito relativamente nacional de todos acharem que ganham em eleições (mesmo os que obviamente perdem), ontem nas TVs deu para perceber quem ficou satisfeito com os resultados obtidos e quem não ficou: houve um vencedor claro, Marcelo Rebelo de Sousa, que fez campanha sozinho, rejeitou apoios demasiado íntimos (mas não…

Como dizia Raul Vaz no DE, venceu contra a ‘direita ressentida’ e que me parece a mim estar ainda saudosa de Passos. Passos Coelho enrolou-se numa espécie de declaração de vitória, sabendo que passou a ter em Belém um daqueles adversários que, por ser do mesmo partido, e ainda por cima muito mais popular, podem considerar-se inimigos. Paulo Portas, habituado ao maior contorcionismo político, esqueceu as acusações agrestes que lhe fazia, e também saudou a vitória (num discurso que pareceu mais crítico para Cavaco). Ainda por cima, sucedendo a Cavaco, Marcelo precisa apenas de marcar a diferença, para fazer sucesso.

Não me pareceu que, passando umas escassas expressões dececionadas de apoiantes de Nóvoa, alguém se preocupasse muito com a vitória de Marcelo. Como diria António Vitorino, o primeiro-ministro e líder do PS certamente não perderá o sono. E até lhe fez uma autêntica declaração de amor, que só foi contida para não afrontar os socialistas mais clubistas.

Sampaio da Nóvoa comportou-se como um senhor. Radiante por deixar Maria de Belém a léguas, reconheceu com gosto o que já se previa (a vitória de Marcelo), e declarou o vencedor seu Presidente.

Marisa Matias não escondeu o entusiasmo evidenciado por todo o BE, apenas por ter deixado Mª de Belém a léguas de distância.

 Já foi pior o mau perder de Belém e seus apoiantes. Culparam o populismo – como se Marcelo e N,que os sustentau a vitória (numeis sr os que sentiram necessidade de furar as leis, para expressarem apoios polque um ministro óvoa não fossem o oposto do populismo. Mas já se sabe, pensavam nos que denunciaram o seu recurso contra o fim das subvenções dos políticos. E, aqui, deixemo-nos de hipocrisias: vivemos num País em que os políticos são realmente mal pagos, mas não tão mal como a maioria da população que os sustenta. Esta ideia do centrão de que a democracia deve ter um preço em Portugal que não tem no resto do mundo democrático e com mais tradições na matéria não pega. Os políticos não podem ser motivados por dinheiro, se não nunca haverá dinheiro que chegue, por mais que recebam. Repare-se que, nos países ocidentais, Portugal deve ser o único em que um ministro ganha mais do que os escalões altos da Função Pública. Por isso, os outros têm fama de funcionários mais competentes. Enquanto isto for assim, não se fale em custos de democracia, e não se queiram dar mais mordomias do que as excessivas de que os políticos portugueses gozam, à custa de contribuintes esmifrados. Até nisto Marcelo se mostrou sempre mais ético do que o resto do centrão ganancioso.

Só gostaria de terminar por lamentar os que sentiram necessidade de furar as leis, para expressarem apoios pol,que os sustentau a vitória (numeis sr os que sentiram necessidade de furar as leis, para expressarem apoios polque um ministro íticos fora de prazos legais. Não saberão falar de mais nada? Nem estou a discutir se estas Leis são boas ou más. Se são más, mudem-se.