Explicações de Maria Luís Albuquerque não convencem a maioria

Deputados querem mais esclarecimentos sobre benefícios fiscais das empresas do grupo Arrow Global.

A Arrow Global, empresa de gestão de dívidas que contratou Maria Luís Albuquerque, voltou a garantir esta quinta-feira que nenhuma das suas empresas em Portugal recebeu benefícios fiscais.

"Nem a Arrow Global nem nenhuma das suas subsidiárias portuguesas receberam benefícios fiscais contratuais em Portugal", informou a empresa.

Esta tomada de posição surgiu depois da audição à porta fechada da ex-ministra das Finanças na subcomissão de Ética do Parlamento. 

Apesar das explicações de Maria Luís Albuquerque, os deputados do PS, Bloco de Esquerda e PCP não só não se mostraram convencidos como anunciaram que necessitam de esclarecimentos adicionais.

Tudo porque surgiu a informação de que o grupo tem outras empresas no páis, além das que comprou o ano passado (Whitestar e Gesphone).

Fonte oficial da Arrow, citada pelo Negócios, revelou que está representada em Portugal através de uma outra empresa, a Red Rock, mas garantiu que nenhuma das três recebeu benefícios fiscais contratuais.

A Whitestar e a Gesphone receberam 423 mil euros nos últimos anos em benefícios fiscais automáticos.

Quem não tem dúvidas é o PCP. Para o deputado Jorge Machado "é claro que há uma situação de promiscuidade entre o poder político e económico".

"Há novos dados que necessitam de ser esclarecidos para que haja uma decisão que seja a mais correcta possível", disse, por seu lado, o deputado do Bloco José Manuel Pureza.

O Partido Socialista também solicitou "mais informações complementares" sobre esse "universo mais alargado do conjunto de empresas associadas" à Arrow.

Já para o CDS, "não parece existir nenhuma situação de incompatibilidade" na contratação de Maria Luís Albuquerque. António Carlos Monteiro foi mais longe ao afirmar à saída da reunião que "nenhum partido conseguiu invocar uma situação que pusesse em causa" a existência de um conflito de interesses.

"Todas as demais questões […] estão fora do âmbito  da comissão", ressalvou o deputado do CDS, esclarecendo que a subcomissão de ética não chegou à conclusão da existência de um "benefício fiscal" contratualizado com empresas do grupo Arrow.  

Para a próxima semana, haverá uma nova reunião desta subcomissão em que será apresentado o parecer relativo a eventuais incompatibilidades na contratação, como administradora não executiva, da agora deputada Maria Luís Albuquerque.