A tentativa de negócio foi feita em agosto do ano passado e a encomenda nunca chegou ao destino. Às queixas de David juntaram-se outras dezenas, que usavam a caixa de comentários da página – entretanto extinta – para reclamar o atraso na chegada de encomendas.

Neste caso foi uma camisola de futebol, mas na lista de mais de 100 queixas recebidas desde o início de 2015, constam principalmente casos que envolvem a venda de vestuário, na maioria das vezes infantil, bijuteria e artigos de marroquinaria, como malas, cintos e sabrinas.

Ver as queixas a aumentar de forma progressiva fez com que a Associação Portuguesa para a Defesa do Consumidor lançasse um alerta para as regras a seguir na hora de fazer uma compra através de redes sociais.

Empresas vs particulares

O primeiro aviso da Deco é claro: no caso de venda de produtos através do Facebook, falamos, na maioria das vezes, de particulares e não de vendas de comerciantes para consumidores. Esta particularidade “dificulta a resolução de um possível conflito”, lembra a Deco, em comunicado, até porque não sendo uma empresa registada, não existe um endereço físico de contacto.

Daí que o primeiro passo a tomar antes de avançar com a compra seja garantir que do outro lado está uma empresa. Nesse caso, refere a associação, há um prazo de 14 dias para denunciar um contrato. “No entanto, esta faculdade só se aplica a negócios entre comerciantes e consumidores, caso tenha adquirido o produto junto de um particular, não existe esta possibilidade”, pode ainda ler-se.

Quando o negócio já está feito mas a o produto não chega dentro do prazo estipulado, o aconselhado é que se opte pelo cancelamento da compra e pelo pedido de reembolso do valor pago, ou solicitação à empresa da entrega do produto num novo prazo.

Compras online a crescer

O aumento da prática de comércio online tem vindo a ser acompanhado pelo crescimento das queixas relativas a esta nova forma de fazer negócio.

Só no ano passado, a Deco recebeu 9.688 reclamações sobre comércio pela internet e, só no primeiro trimestre deste ano, esse número já chega às 2.482 reclamações.