Champions. Hart adiou tudo para Madrid

Nada. Nem Ronaldo, nem golos. O Real saiu de Manchester com um empate 0-0. E o City vai ter de ir defender este resultado a Madrid, se quiser estar na final da Champions.

A história começou cedo, muito antes do jogo. Foi na partida do Real Madrid contra o Villarreal e mesmo no ocaso do jogo: Cristiano Ronaldo chocou com Bakambu e saiu do campo agarrado à coxa. Nem sequer pediu para sair, já não havia substituições. O português não jogaria o encontro seguinte com o Rayo (o Real ganhou com dois golos de Bale, 2-3). E não jogou ontem em Manchester.

O choque com o congolês deixou marcas. Em Ronaldo e na equipa. Zidane lançou Vasquez no lugar do melhor marcador da Champions (leva 16 golos) – o espanhol fez companhia a Bale e a Benzema, que enfrentaram os centrais do City, Kompany e Otamendi. O argentino foi um dos sete antigos jogadores do FC Porto presentes ontem no Etihad.

Nem todos foram titulares. Mas provêm da mesma família portista, agora longe do Dragão e ontem em campos opostos. Pepe, Casemiro, Danilo e James, no Real; Fernando, Otamendi e Mangala, no City.

Mesmo sem Ronaldo – o Real marca mais golos (um a cada 32 minutos) e sofre menos golos com ele (um a cada 100 minutos) – parecia uma luta desigual. Enquanto o City se estreava nas meias-finais da Champions, nove dos onze titulares do Real já o tinham feito. Pellegrini lembrou isso e pediu aos seus jogadores que desfrutassem. “Não é todos os anos que chegamos a umas meias-finais”, disse o chileno, que admitiu que a forma da sua equipa caiu a pique desde que Guardiola assumiu que era o novo treinador dos blues na próxima época.

Foi naquele início de fevereiro. O City perdeu quatro jogos num mês (com Leicester, Tottenham, Chelsea e Liverpool). Despediu-se do campeonato e da Taça de Inglaterra. Resta-lhe esta Champions. A maior vítima foi o PSG, eliminado nos quartos-de-final.

Dores de cabeça para Zidane. Num jogo que quase não precisou de balizas nem guarda-redes em 80 minutos, a posse de bola foi senhora da noite. Mais passes e posse e menos remates. É claro que o facto de não haver Ronaldo ajuda para esta pobre estatística, ele que é o jogador mais rematador da prova. Também há Benzema, mas o francês também saiu lesionado – e agora sim, os problemas de Zidane parecem ser uma grande dor de cabeça.

Até que Hart mostrou ao que veio e fez a defesa da noite quando apanhou Pepe pela frente. Mas o inglês atirou-se como fazem os guarda-redes de andebol. E ficou tudo a zeros por causa dele (ok, Navas também esticou o braço mesmo no fim, mas o livre de De Bruyne não foi assim tão poderoso…). Desfrute-se, então,  e pode ser que no jogo de Madrid já haja Ronaldo.