Angola e China penalizam exportações

Vendas ao exterior caíram 2% no primeiro trimestre. Mercado de trabalho deu sinais de deterioração.

Foi uma semana de maus indicadores económicos, todos eles revelados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) e todos eles referentes aos primeiros três meses do ano.

Acabou com o fraco crescimento do PIB, mas começou com o desemprego e as exportações.

Na terça-feira, o organismo de estatística indicou que, no primeiro trimestre de 2016, as vendas de bens ao exterior diminuíram 2% e as importações de bens cresceram 1% face ao período homólogo, agravando o défice comercial do país.

O desempenho de março foi particularmente negativo, com uma queda de 3,9% nas exportações. Segundo os números do INE, desde 2009 que não se registava uma queda nas exportações de bens.

Nesse ano, marcado por uma forte quebra da atividade económica a nível internacional, as exportações caíram 27% no primeiro trimestre. Portugal acabou esse ano com uma recessão de quase 3%.

Este ano, os mercados extra-europeus explicam grande parte da queda nas vendas ao exterior. Em Angola, um país com uma grave crise cambial e com restrições às importações, as exportações portuguesas caíram 45%, provocando um rombo de 248 milhões de euros face ao mesmo período do ano passado.

Para a China, cuja desaceleração económica também está a gerar preocupação à escala global, as exportações caíram 68 milhões de euros, uma diminuição de quase 33% face ao primeiro trimestre do ano passado.

O INE indica que, a nível de categorias de produtos, a contração no comércio externo se deve também à redução da exportação de combustíveis e lubrificantes. Em março de 2016, as exportações destes produtos caíram 39,2%.

Desemprego sobe
Depois das exportações, o desemprego. Segundo o INE, A taxa de desemprego subiu para 12,4% no primeiro trimestre, um aumento de 0,2 pontos percentuais face ao trimestre anterior.

Segundo os dados revelados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), há 640 mil pessoas desempregadas no país.

A população desempregada, estimada em 640,2 mil pessoas, registou um aumento trimestral de 1,0% (mais 6,3 mil pessoas), apesar de haver uma diminuição homóloga de 10,2% (menos 72,7 mil pessoas).

O aumento trimestral da população desempregada é explicado pelo INE pelo comportamento de segmentos populacionais específicos: homens, pessoas dos 25 aos 34 anos, com ensino superior e  residente em Lisboa.