Diabetes aumenta o risco de não sobreviver a um ataque cardíaco

Investigação da universidade de Leeds, no Reino Unido, teve por base uma amostra de 700 mil doentes.

A diabetes piora significativamente o prognóstico dos doentes que sofrem um ataque cardíaco. Uma investigação sem precedentes, conduzida pela Universidade de Leeds, no Reino Unido, avaliou os registos de 700 mil doentes que deram entrada em hospitais por causa de um enfarte entre 2003 e 2013. Destes, 121 mil eram diabéticos. Quando fizeram a análise estatística do risco associado à diabetes, excluindo efeitos da idade, sexo e outras doenças, os investigadores descobriram que havia 56% mais probabilidade de estes doentes não sobreviverem, ou seja, de terem um ataque cardíaco fatal.

O artigo com as conclusões foi publicado esta semana na revista médica “Journal of Epidemiology and Community Health”.

Até aqui não se sabia se este mau prognóstico resultava da diabetes ou de outros fatores de risco, algo que a investigação financiada pela British Heart Foundation  veio clarificar. “Estamos a financiar os investigadores para descobrirem novas formas de manter os vasos sanguíneos das pessoas com diabetes saudáveis”, disse, em comunicado,  Mike Knapton, representante da fundação. “Enquanto os investigadores se debruçam sobre este tópico, sabemos que gerir bem a diabetes reduz de forma eficaz o risco de desenvolver doença cardiovascular. Isto passa por comer de forma saudável, manter atividade física e cumprir a medicação prescrita pelo médico.”

Em Portugal estima-se que mais de um milhão de pessoas tenha diabetes e cerca de 43% dos casos estão por diagnosticar.