Sexta-feira, 15 de abril de 1988. “Dois recrutas dos Comandos morrem durante a instrução em Santa Margarida. É instaurado um inquérito e o centro de instrução será fechado em junho do presente ano”, lê-se nos arquivos da Fundação Mário Soares.
Os militares pertenciam ao 89º curso de Comandos e o caso abalou o Regimento de Comandos. Em 1990, outra morte gerou nova onda de inquéritos. O caso culminou na extinção da força especial, três anos depois. Entre 1993 e 2002, o Exército optou por não abrir a especialidade. O i tentou saber junto do Exército quantos casos semelhantes ocorreram nos últimos anos no curso de Comandos, mas não obteve resposta até à hora de fecho da edição.
Cabo partido
A 20 de maio de 2011, Ana Rita, de 18 anos, participava no Dia da Defesa Nacional no Quartel da Serra do Pilar, em Vila Nova de Gaia, quando o impensável aconteceu. O cabo do ‘slide’ que segurava a jovem partiu e Ana Rita caiu de um altura de cinco metros.
Ainda foi transportada com vida para o hospital mas acabou por não resistir aos ferimentos.
A prova não era obrigatória mas o ‘slide’, segundo explicou o porta-voz do Exército, era uma das atividades preferidas dos jovens visto que é uma atividade radical. Nesse ano, as comemorações do Dia da Defesa Nacional e todas as atividades deste âmbito foram suspensas pelo então ministro da Defesa, Augusto Santos Silva.
Queda para o mar
Em novembro de 2011, um soldado pertencente ao Regimento de Guarnição n.º 3, no Funchal, participava num exercício conjunto com militares dos três ramos das Forças Armadas na zona da Calheta.
Na madrugada do dia 10 desse mês, o soldado desapareceu. O corpo foi encontrado seis dias depois “na faixa litoral, na zona do Zimbralinho, onde se suspeitava ter desaparecido”, noticiava a RTP. O inquérito interno realizado pelo Exército concluiu que se tratou de “um acidente devido a queda”.
Acidentes com armas e explosivos
Em Santa Margarida, a 30 de abril de 2009, um acidente com uma arma na unidade da Brigada Mecanizada de Santa Margarida resultou na morte de um jovem de 23 anos, noticiava a imprensa.
No mesmo quartel, em maio de 2014, outro incidente feriu cinco militares. Segundo o Exército, os militares realizavam um exercício de “fogos reais” quando uma granada explodiu. Cinco homens ficiaram feridos, um em estado muito grave, dois em estado grave e dois ligeiros. Segundo o porta voz o Exército, o acidente foi causado por um “tiro de morteiro que terá feito cair a granada fora do local previsto”.
