Anúncio do Nobel da Literatura adiado para dia 13

Ninguém se lembra da última vez que houve um adiamento destes. O motivo é desconhecido. Presume-se que o júri não terá chegado a um entendimento. Mas a Academia Sueca já veio garantir que da próxima quinta-feira não passa.

Vem à quinta-feira, sempre, o anúncio do Nobel da Literatura, entre os anúncios dos outros prémios, mas este ano qualquer coisa não correu segundo o plano. Devia ter sido esta semana, mas houve um adiamento. Sem nenhuma sombra para servir à intriga, a explicação natural é a de que terá havido um impasse na decisão do júri.

Primeiro não houve explicação, mas entretanto um dos membros da Academia Sueca, Per Wästberg, disse à AFP que o adiamento se ficou a dever a uma simples questão de "aritmética" e calendário. Explicando: O júri é formado por 18 membros, que devem reunir pelo menos quatro vezes para riscar nomes da grande lista dos nomeados e debater os méritos de cada um até se chegar a um consenso sobre o vencedor. Segundo Wästberg, o motivo do atraso "é muito simples: os nossos estatutos indicam que devemos reunir-nos em quatro quintas-feiras consecutivas, começando na última de Setembro antes de anunciarmos o laureado.

Enquanto as mentes conspirativas aventavam as primeiras hipóteses mirabolantes para o mistério, o mistério foi desfeito, sem agravo, e a decisão do Nobel da Literatura ficará assim para o fim, depois do da Medicina ter sido anunciado no dia 3, o da Química, a 4, o da Física, o da Paz hoje, e o da Economia a 10.

Quanto a prognósticos está difícil. O japonês Haruki Murakami, de 67 anos, é uma vez mais o favorito na lista das casas de aposta. Outros candidatos que, desde há alguns anos, por esta altura devem mirar para o telefone no seu nervoso silêncio são o poeta sírio Adonis, o romancista queniano Ngũgĩ wa Thiong'o e vários escritores norte-americanos que por esta altura, não vá o diabo tecê-las, veem os seus títulos reeditados por todo o mundo, autores como Don DeLillo, Philip Roth e Joyce Carol Oates.

Outros frequentadores habituais destas listas são o britânico de origem indiana Salman Rushdie, o albanês Ismail Kadare, o israelita David Grossman, o checo Milan Kundera, e António Lobo Antunes.