J de Jesus, J de jejum

Jota Jota. Abreviando, JJ. Por extenso, Jorge Jesus.

Começo com um ponto prévio: reconheço muitas qualidades a Jorge Jesus. Como treinador, como um comunicador que sabe bem a mensagem que pretende passar, mesmo que essa avaliação não gere consenso e Jorge Jesus seja uma figura controversa. Não me arrogo, contudo, o direito de fazer julgamentos de valor, apenas e só, pela perceção que tenho das realidades. Erro como qualquer comum dos mortais. EU erro, tu erras, ELE erra, nós erramos, vós errais, eles erram. Errado mesmo é não reconhecer que somos falíveis. E Jorge Jesus também o é. Não está, nem deve estar, acima dos demais.

A jornada do último fim de semana trouxe, já se sabe, novos dados para discussão. Jorge Jesus atravessa, creio que todos estamos de acordo, o período de menor popularidade desde que chegou a Alvalade. Resultados e exibições que não correspondem ao prometido nem têm equivalência no discurso. Claro que o Sporting está melhor do que há uns anos, é verdade que o verde voltou a ser de esperança, ninguém ousará desmentir que o leão está mais… candidato. Falta, no entanto, uma grande vitória! Falta “a” vitória que presidente e treinador tanto prometem e que os adeptos começam nervosamente a reclamar. O jejum de títulos já vai longo e mais uma época sem confirmar as expetativas terá, inevitavelmente, consequências danosas para todos os envolvidos.

O tempo é, pois, não diria de alarme mas de alerta para as hostes leoninas. A ausência de Adrien explica muita coisa, mas não pode justificar tudo. Falta um substituto à altura? Jorge Jesus diz que sim. Mas para quem defende que as suas equipas são a sua imagem, então o que temos visto é um Sporting incapaz de dar resposta aos problemas que a falta de um só jogador tem levantado. E, aí, é ao treinador que têm de ser pedidas explicações. Será que Jorge Jesus errou nas opções que escolheu? Se calhar, errou. E este é o momento certo para assumir as suas responsabilidades. A isso também se chama… liderança.

Abreviando, Jorge Jesus acordou o leão, tal como prometeu no dia da sua chegada a Alvalade. Por extenso, jogar bonito não chega e uma Supertaça será, com toda a certeza, manifestamente pouco para o investimento feito nas últimas duas temporadas. O escrutínio prossegue sexta-feira, no Funchal.