Seleção. Portugal só conhece o sabor da vitória frente à Letónia

A tradição voltou a cumprir-se. Portugal nunca perdeu diante da seleção letã e a vitória coloca a seleção das quinas a três pontos da Suíça

Seleção. Portugal só conhece o sabor da vitória frente à Letónia

Depois da vitória da Suíça – com um percurso 100% vitorioso –  sobre as Ilhas Faroé só havia uma opção para a seleção nacional: ganhar.

O histórico – quatro vitórias em quatro jogos – deixava a seleção orientada por Fernando Santos em vantagem. Mas se não se pode ficar preso ao título arrecadado em Paris, ainda menos a duas vitórias arrancadas nos anos 90 – na corrida para o Euro96 – e outras duas conseguidas há uma década – na era Pauleta – rumo ao Mundial2006 sobre a seleção letã.

O favoritismo era óbvio, por todas as razões e mais algumas, mas era preciso confirmá-lo. Até porque, hoje – 13 de novembro – a Suíça está isolada na liderança e convém que Portugal não patine. Com todos os jogadores à disposição, o onze de Fernando Santos não apresentou surpresas e a consistência fez-se notar desde os primeiros segundos de jogo. Domínio total de Cristiano Ronaldo e companhia, na primeira parte, a fazer prever um golo precoce para a seleção das quinas. Que não aconteceu assim tão cedo. Pontapé de João Mário, tentativa de Nani, ‘bomba’ de Cristiano Ronaldo… mas Andris Vanins (sempre) a impedir que a festa portuguesa se fizesse nos minutos iniciais. Se a Letónia ‘passava em branco’ durante (praticamente) todo o primeiro tempo, só um pontapé de canto, aos oito minutos, fazia relembrar a presença de um adversário. Rui Patrício, atento, não deixou que o susto passasse de isso mesmo. Um (pequeno) susto. A preocupação da Letónia continuou a ser só uma. Impedir que a seleção – campeã europeia em título – colocasse a bola dentro das redes. A defesa era a principal arma, mas Vanins continuou a ser o principal soldado. E lá vinha confirmar-se a verdade do velho ditado ‘quem não marca sofre’ pouco tempo depois. As investidas portuguesas continuavam e o golo – que não tinha sido injusto se tivesse aparecido mais cedo – chegou, depois de uma falta sobre Nani, já na área adversária, a oferecer o golo ao capitão, Cristiano Ronaldo, da marca de grande penalidade. Vanins ainda adivinhou o lado, mas nada havia a fazer. Aos 28 minutos, Portugal adiantava-se no marcador e Cristiano Ronaldo aumentava para 67 o número de golos ao serviço da seleção das quinas. A defesa continuou a ser a aposta do onze lançado por Marians Pahars e o intervalo chegou com a vantagem mínima, mas merecida portuguesa.

Portugal volta a ameaçar A Letónia bem que tentou entrar, no segundo tempo, mais agressiva ofensivamente. Mas de pouco valeu. Ou valeu, por pouco tempo. Portugal, não demorou a empurrar o conjunto branco, mais uma vez, para as linhas mais atrasadas e… déjà vu.

Aos 58 minutos falta sobre André Gomes, na área de Vanins, e Ronaldo – como no minuto 28 – punha a bola a jeito. Jeito esse que faltou segundos depois. Pontapé forte de encontro ao poste e, ainda, nos pés de Vanins. Deu para tudo, menos para o golo. Ronaldo irritado, maior oportunidade de golo, da segunda metade, desperdiçada.   E, voltamos, ao velho ditado, acima enunciado… Depois da falha inacreditável de Cristiano Ronaldo o inesperado aconteceu, minutos depois. Ataque da Letónia e remate de Zjuzins para o fundo da baliza de Rui Patrício, cinco minutos depois de entrar no relvado. Mãos dos jogadores portugueses na cabeça e marcador empatado, no Estádio do Algarve.

Reposta a justiça Renato Sanches, da bancada, gritava: ‘Vamos, Vamos!’, perante um banco – de suplentes -incrédulo. Valeu Quaresma, acabadinho de entrar, com a sua magia habitual, a servir William Carvalho que não desiludiu com um tiro certeiro de cabeça. Dois minutos foi o tempo que a seleção letã e os cerca de 20 adeptos conseguiram festejar. Com a partida a conhecer o seu fim, a superioridade por parte de Portugal era clara num resultado que não espelhava – de maneira alguma – os 90 minutos de jogo.

Eu estou aqui! Ronaldo voltou a aparecer, para corrigir o próprio erro cometido há instantes atrás. O capitão só precisou do amigo Quaresma – novamente o mágico Quaresma – para encaixar a bola no fundo das redes e subir para 68 o número de golos da sua conta pessoal. Mas o resultado não terminava desta forma. Ainda faltava o regressado Bruno Alves dar o ar da sua graça, com uma assistência de Raphael Guerreiro, a colocar o resultado final em 4-1, já em tempo de descontos.

Portugal voltou a aproximar-se da Suíça e mantem-se no 2.ª lugar do grupo B (com 9 pontos), a três do líder.