Conheça os novos destinos de compras de rua

Cais do Sodré, em Lisboa, e Clérigos e Aliados, no Porto, são as zonas que estão a captar maior interesse

O comércio de rua continua a crescer nas duas principais cidades portuguesas e, com esta tendência, prevê-se a expansão para zonas que estão a consolidar-se como novos destinos de compras e onde se prevê uma dinâmica elevada na procura e abertura de novas lojas. Esta é uma das conclusões do Market Pulse, um documento trimestral produzido pela JLL em que a consultora analisa o desempenho dos mercados de escritórios e de retalho, bem como de investimento, em Portugal.

 “A dinâmica do comércio de rua é imparável e prova disso é que novos clusters comerciais estão a consolidar-se quer em Lisboa, quer no Porto. Este é um movimento que se deve, por um lado, à própria expansão da regeneração urbana a mais zonas das duas cidades, mas também ao boom no turismo e ainda às alterações nos hábitos de consumo dos portugueses”, revela Patrícia Araújo, head of retail da JLL.

De acordo com a responsável, exemplo disso “é reemergência da vivência de bairro, que tem sido responsável por algum dinamismo em zonas quase exclusivamente residenciais, onde se denota atividade de operadores nacionais de conveniência com conceitos de comércio de bairro”. No entanto, lembra que cada segmento está a encontrar o seu lugar e que cada zona se está a demarcar com um perfil específico. “Além de que não são apenas as marcas consolidadas, quer nacionais quer internacionais, que escolhem este formato para se instalarem. São também vários os exemplos de empreendedorismo de conceitos inovadores que estão a abrir lojas em Lisboa e no Porto”, afirma.

Cais do Sodré, Clérigos e Aliados A ascensão do Cais do Sodré, em Lisboa, é uma das zonas destacadas pelo research e é eleita como destino de restauração no segmento trendy/alternativo. “Um dos destinos preferidos dos turistas para entretenimento, esta zona tem sido palco de uma forte revitalização, acolhendo diversos projetos de habitação e alojamento turístico e novos equipamentos de lazer”, revela Patrícia Araújo.

Ao mesmo tempo, de acordo com a responsável, esta zona beneficia ainda da consolidação da zona histórica e ribeirinha no mercado de escritórios, que se traduz num fluxo regular de consumidores. Daí já aparecer no mapa das principais zonas de comércio de rua de Lisboa ao apresentar uma renda prime no terceiro trimestre de 35 euros por metro quadrado/mês – um valor que está no meio entre os preços praticados na Rua Castilho (30 euros por metro quadrado/mês) e no Príncipe Real (40 euros por metro quadrado/mês). 

Já no Porto destaca-se a zona dos Clérigos e Aliados, onde está previsto surgirem novos projetos de reabilitação, especialmente habitacional, e a abertura de novas lojas até ao próximo ano. Com isso “consolidam-se como o destino privilegiado de comércio de rua no segmento premium”, acrescenta a responsável. As rendas das lojas de rua no Porto continuam a ser referenciadas pelo valor praticado na Rua de Santa Catarina, o eixo central da Baixa, que registou o aumento mais elevado dos destinos de compras analisados pela JLL em ambas as cidades. De acordo com a consultora, a renda prime das lojas de rua neste eixo da Invicta cresceu 22% no 3.o trimestre face ao mesmo período de 2015, fixando-se agora em 55 euros por metro quadrado/mês.