Estado concessiona seis fortes e quatro conventos

Governo divulgou a lista final dos 30 imóveis do Estado que podem transformar-se em hotéis. Entre eles estão o Quartel da Graça, em Lisboa, e o Forte da Ínsua, em Caminha

O Estado tinha prometido divulgar a lista completa das concessões de monumentos a remodelar através do programa Revive (Reabilitação, Património e Turismo) até ao final do ano e cumpriu: ontem foram conhecidos os imóveis escolhidos.

A informação está disponível na página do Turismo de Portugal. Aos dez edifícios conhecidos em setembro, juntam-se agora outros vinte espalhados por todo o país. Da lista de monumentos disponíveis para serem usados com fins turísticos – ou seja, que poderão tornar-se hotéis, restaurantes ou salas de conferências – estão, a título de exemplo, o Mosteiro de Sanfins de Friestas (Valença); o Mosteiro de Lorvão (Penacova); o Quartel da Graça (Lisboa) e do Carmo (Horta, Açores); os Palácios de Manique do Intendente e das Obras Novas (Azambuja); os Fortes da Barra de Aveiro (Ílhavo), São Roque (Lagos) Ínsua (Caminha), Rato (Tavira) e de São Pedro do Estoril ou o Convento de São Francisco, em Portalegre. Feitas as contas, há seis mosteiros, seis fortes, quatro conventos, mas também um santuário (no Cabo Espichel) ou um castelo (em Vila Nova de Cerveira).

Segundo o “Diário de Notícias”, há várias investidores e hoteleiros, nacionais e estrangeiros, interessados nos imóveis. De acordo com o diário, da lista de “concorrentes” fazem parte, por exemplo, os grupos Pestana e Vila Galé e ainda o grupo Hoti (detentor dos hotéis Meliá e Typ).

Como funciona Para cada imóvel será lançado um concurso individual “em que são definidas as condições específicas em função do espaço”, tinha explicado anteriormente fonte oficial secretaria de Estado ao i.

A cedência dos monumentos será de 30 a 50 anos. Após este período, os contratos podem ser renovados ou o Estado recupera a gestão dos espaços. Há dois modelos jurídicos diferentes de cedência dos monumentos – o de direito de superfície e o de concessão – , que se prendem com o facto dos imóveis “pertencerem ao domínio público ou privado do Estado”, explicou a mesma fonte.

O Estado quer, através do Revive, transformar os monumentos em “ativos económicos” e vai financiar os projetos até um teto de 150 milhões de euros. Esta é uma parceria interministerial entre as Finanças, a Economia e a Cultura pretende abrir o “património ao investimento privado para desenvolvimento de projetos turísticos”.

Uma lista que encurtou A lista dos primeiros edifícios abrangidos pelo programa foi conhecida no fim de setembro. Nela, figuravam doze monumentos: o Convento de São Paulo, em Elvas, os Castelos de Vila Nova de Cerveira e Portalegre, os mosteiros de São Salvador de Travanca (Amarante), de Arouca e de Santa Clara-a-Nova, os Pavilhões do Parque D. Carlos l, o Paço Real de Caxias, os Forte do Guincho e de Peniche, antiga prisão política do Estado Novo. Peniche acabou por sair da lista após uma forte contestação de antigos presos políticos e nomes sonantes como Vasco Lourenço, que apelaram ao “valor da memória da luta pela democracia”.

Por agora, apenas o Convento de São Paulo, em Elvas, foi concessionado. As obras de remodelação já arrancaram e vai nascer uma unidade hoteleira do grupo Vila Galé com 64 quartos e dois restaurantes. O investimento custará ao grupo cerca de cinco milhões de euros e vai criar entre 25 a 30 novos postos de trabalho, confirmou o Vila Galé ao i. A unidade de quatro estrelas – que terá spa e biblioteca – será explorada pelo grupo hoteleiro durante 40 anos e tem abertura prevista para 2018.