Lisboa. Bloco pinta mural, movimento de cidadãos não gostou

Em causa está a pintura de um mural numa das entradas do jardim “assinada” pelo BE

O Movimento pelo Jardim do Caracol da Penha – um movimento de cidadãos que se uniu pela construção de um jardim no dito espaço e que conseguiu que este fosse o projeto mais votado da última edição do Orçamento Participativo de Lisboa – demarcou-se de uma iniciativa política do BE. Em causa está a pintura de um mural numa das entradas do jardim, que abarca as freguesias lisboetas de Arroios e da Penha de França. A mensagem congratula a ação dos moradores e surge “assinada” pelo símbolo do Bloco.

“Sentimos que esta ação do Bloco de Esquerda constitui uma tentativa de apropriação e de colagem ao Movimento, no intuito de obter projeção mediática e ganhos eleitorais, que nos enfraquece, e que portanto repudiamos”, diz o grupo de cidadãos numa mensagem deixada na página do Facebook.

A iniciativa – que contou com a presença do candidato do Bloco à câmara, Ricardo Robles – não caiu bem ao movimento. Apesar de ressalvarem que, nos últimos meses, encetaram contacto com vários partidos políticos (Os Verdes, PCP, BE, PS, CDS/PP e Cidadãos por Lisboa) para levarem o projeto avante, o grupo de cidadãos demarca-se de qualquer cor. “Fazemos política, porque defendemos uma visão para o nosso bairro, mas não nos pautamos por qualquer calendário político-partidário”.

“Aos movimentos sociais o que é dos movimentos sociais. Aos partidos políticos o que é dos partidos políticos”, termina o Movimento pelo Jardim do Caracol da Penha.

Recorde-se que o jardim foi o grande vencedor da nona edição do Orçamento Participativo de Lisboa. Este projeto, considerado estruturante, conseguiu uma votação recorde: 9477 votos.