O Parlamento Europeu confirmou, esta quinta-feira, o levantamento da imunidade da eurodeputada e líder da Frente Nacional, Marine Le Pen, como resultado da divulgação de imagens de conteúdo violento e chocante, relacionadas com o grupo terrorista Estado Islâmico, através do Twitter, em dezembro de 2015.
A decisão do órgão legislativo da União Europeia foi apoiada pela maioria dos deputados e tem efeitos imediatos. A candidata presidencial da extrema-direita francesa perde assim a proteção legal conferida pelo cargo que ocupa na organização comunitária e poderá agora ser alvo de um processo judicial em França.
As imagens partilhadas por Le Pen incluíam a decapitação do norte-americano James Foley e a execução de um piloto da Jordânia, queimado vivo pelos combatentes do Daesh.
Citada pela cadeia televisiva britânica BBC, Le Pen rotulou o levantamento da imunidade parlamentar como mais uma decisão oriunda do “sistema que quer travar a candidatura da população francesa”, que ela garante personificar.
A líder da Frente Nacional é a grande favorita para vencer a primeira volta das eleições presidenciais – marcada para o final de abril –, mas continua longe de reunir a preferência dos franceses, na segunda volta. De acordo com uma sondagem realizada pelo “Figaro”, juntamente a LCI, e publicada no domingo, o centrista independente Emmanuel Macron reúne 58% das intenções de voto em França, contra 42% de Le Pen, num hipotético confronto final, no início de maio.
O levantamento da imunidade de Marine Le Pen não tem qualquer relação com a querela que envolve a eurodeputada e o Parlamento Europeu, relacionada com o alegado uso indevido de 300 mil euros em fundos comunitários, utilizados para a remuneração de dois membros da Frente Nacional.