Português e Matemática sem cortes

Ministério garante que a redução da carga letiva do Português e da Matemática “nunca esteve em cima da mesa”. No entanto, esse cenário nunca foi afastado pela tutela.

Português e Matemática sem cortes

O Ministério da Educação garante que a carga letiva do Português e da Matemática não será reduzida no âmbito da reforma curricular prevista para o próximo ano, a chamada flexibilização curricular. “Não está, nem esteve, a ser equacionada qualquer redução da carga horária das disciplinas de Português e de Matemática”, avançou o jornal Público, após obter essa resposta oficial da tutela.

A redução da carga horária do Português e da Matemática tem estado em cima da mesa e essa possibilidade, noticiada várias vezes, nunca foi afastada em nenhuma das declarações feitas pelo secretário de Estado da Educação, João Costa, ou mesmo pelo próprio ministro Tiago Brandão Rodrigues, quando confrontados várias vezes por diversos órgãos de comunicação social ou até mesmo por partidos no Parlamento.

Há três semanas, ao Expresso, o secretário de Estado da Educação disse mesmo que “algumas disciplinas terão de perder” horas, quando questionado sobre a redução da carga letiva do Português e da Matemática.

Também ao Correio da Manhã, João Costa disse que “é preciso cortar tempo dedicado às disciplinas tradicionais”, sem, no entanto, especificar quais.

A redução de horas destas duas disciplinas seria uma das soluções encontrada pelo ministério para reforçar a carga letiva das disciplinas de “História, Geografia e da Educação Física”.

O gabinete de Tiago Brandão Rodrigues terá agora de fazer ginástica para reforçar a carga letiva destas três disciplinas e dedicar tempo curricular ao regresso da Área de Projeto e da Educação para a Cidadania (antiga Formação Cívica).

Tudo isto sem reduzir o Português e Matemática, garante o ministério, sendo que estas foram as únicas duas disciplinas que viram reforçadas as cargas letivas durante o mandato de Nuno Crato.

Confrontado pelo SOL sobre as soluções a adotar, o Ministério da Educação disse apenas que “a construção de instrumentos de flexibilização curricular tem vindo a acontecer num diálogo intenso com as escolas, com as associações profissionais, com as sociedades científicas, com diretores e peritos em educação, envolvendo no debate também as associações de pais e os estudantes”.

A tutela acrescenta ainda que “a sua divulgação e respetivas estratégias de implementação acontecerá logo que esse trabalho esteja concluído”.

Recorde-se que tanto o secretário de Estado da Educação como o ministro Tiago Brandão Rodrigues têm vindo a dizer que as medidas da flexibilização curricular serão para aplicar no próximo ano letivo.

No entanto, a menos de um mês do final do 2.º período do ano letivo, as escolas ainda não conhecem as alterações a aplicar em setembro. O que tem merecido críticas por parte dos professores ouvidos pelo SOL.