João Cláudio. “A Igreja depende de homossexuais”

João Cláudio Maria era, até há umas semanas, maestro do coro da igreja de Castanheira de Pera. Alega que foi afastado por ser homossexual e diz que vai continuar a protestar até que volte tudo “ao normal”

João Cláudio, 21 anos, dirigiu desde a adolescência o coro da paróquia de Castanheira de Pera. No início do ano foi afastado pelo padre e pelo conselho económico da igreja, que acusa de discriminação por ter publicado na internet fotografias com o namorado, que também pertence ao coro. Em entrevista ao i promete continuar a denunciar o caso.

Começou a aperceber-se da sua homossexualidade quando estava no 9.o ano. Como lidou com isso?

Há uma contrariedade inicial. Tanto houve que até tive uma namorada. Nunca consegui assumir enquanto estive em Castanheira. Quando fui para a faculdade é que me apercebi que havia um mundo diferente. Falei com psicólogos e com pessoas que achei que podiam ajudar-me a “perder” essa orientação [sexual]. Sentia-me incompleto e acabei por cair numa depressão. Até podia tentar dizer “sou bissexual”. Não sou. Sou mesmo homossexual e era importante assumir isso. Ir para a faculdade e conhecer outros mundos ajudou-me nesse processo.

Até chegou a enviar mensagens a padres brasileiros a pedir ajuda.

Sim, prometem a cura para este “mal” (risos).

Como era a relação com a sua família?

A minha mãe diz que estranhou mais quando eu lhe disse que tinha uma namorada do que agora, quando lhe disse que tinha um namorado. Aceitou bem, o meu pai demorou um mês a consentir.

Leia a versão completa na ediçao de fim de semana do i. Já nas bancas