Afinal o terrorista chamava-se Adrian Russel e era economista

O autor do atentado é cidadão britânico, tinha 52 anos, nasceu no mesmo dia e mês de Jesus Cristo, na localidade inglesa de Kent e chamava-se Adrian, antes de se converter ao islão

O homem que cometeu na quarta-feira o ataque junto ao parlamento de Londres foi identificado pelas autoridades como Khalid Masood, 52 anos, nascido no sul de Inglaterra na localidade de Kent e batizado como Adrian Russell. Nascido no dia de Natal de 1963, convertido ao islão em data incerta, o atacante tinha cadastro criminal relacionado com posse de armas ilegais e desordens públicas, mas não com questões relacionadas com terrorismo. A sua primeira condenação na justiça é de 1983, por “agressão criminal” e o último dado do cadastro data de 2003, por “posse de arma branca”.Masood vivia atualmente em West Midlands, um condado no centro de Inglaterra, perto da cidade de Birmingham. Passou pelas prisões de Sussex, Wayland e Ford.

Tirando estas acusações de violência e o curículo prisional, o homem parecia normal: era casado, pai de três filhos, licenciado em economia, foi professor durante um ano, entre 2008 e 2009, de inglês na Autoridade de Aviação Civil em Yeda, a capital da Arábia Saudita. E professor num colégio em Luton entre 2008 e 2009. 

Adrian Russell Ajao, apelido que indica eventual origem nigeriana, passou depois de converter-se ao islão para Khalid Choudry e depois para Khalid Masood.  

A primeira-ministra Theresa May informou, no parlamento, que o agressor tinha ligações à “violência criminal extrema”, atuou de forma solitária. A governante confirnou que há uns anos o MI5 [serviços secretos britânicos] investigaram Masood, mas deram-no como sendo “periférico” ao mundo terrorista. “Era uma figura isolada. O seu caso não formava parte daquilo que os serviços consideravam uma ligação terrorista. Não havia informação prévia sobre esta possibilidade de atentado”. Masood, aliás Adrian Russel, não figurava na lista de 3000 pessoas elaborada pelos serviços de segurança com as identidades das pessoas que as autoridades suspeitam que possam vir a cometer atentados.

As autoridades apontam que na zona de Birmingham a situação social criou uma mistura explosiva que contribui para a radicalização dos muçulmanos. Apontada no passado como exemplo de integração, a cidade tornou-se, segundo a imprensa tabloide, uma espécie de capital do jihadismo no Reino Unido. Um em cada dez processados por atos de terrorismo são da região. O primeiro homem condenado por terrorismo inspirado pela Al-Qaeda, em 2002, Moinul Abedin, era de lá.    

Apesar da reivindicação do crime pelo Estado Islâmico, é preciso notar que tanto esta organização com a Al-Qaeda funcionam como uma espécie de franchising que assina atos isolados de indivíduos que se inspiram nela. Na era da internet e das redes sociais, a radicalização das pessoas pode ser feita sem contactos sociais na sua vida de todos os dias.