Leal Coelho recusa reunir-se com Mauro Xavier

Ainda há tensão entre a concelhia de Lisboa e a sede nacional do PSD. A candidata de Passos não se reúne com a direção local.

Já há candidata oficial, mas não se enterrou o machado de guerra. 

Teresa Leal Coelho, o nome que Pedro Passos Coelho escolheu para encabeçar a candidatura do PSD à Câmara Municipal de Lisboa, recusou reunir-se com Mauro Xavier, o presidente da concelhia do partido na capital, que há uma semana se queixou de ser ultrapassado no tema da nomeação de Leal Coelho.

Xavier, além de se ter pronunciado diversas vezes ao longo do processo contra qualquer coligação pré-eleitoral com o CDS-PP – em torno da candidatura de Assunção Cristas – também fizera saber que as quatro vice-presidentes de Passos Coelho (Maria Luís Albuquerque, Teresa Morais, Sofia Galvão e a já referida Teresa Leal Coelho) não eram candidatas da sua preferência. 

Tendo sucesso na estratégia de ver o PSD avançar com uma candidatura autónoma em Lisboa, Xavier viu Passos escolher a candidata sem o consultar; circunstância que fez o dirigente local acusar o presidente social-democrata de não respeitar os estatutos e os órgãos do partido. 

Xavier, na verdade, tinha o foco em Pedro Santana Lopes a mais de um ano de distância das autárquicas, mas o Provedor da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa desviou-se do desafio em dezembro passado. 

Sendo Teresa Leal Coelho possuidora de uma amizade excepcionalmente próxima a Pedro Passos Coelho, a recusa em reunir-se com Mauro Xavier não é totalmente surpreendente. Mauro não só atacou o processo de nomeação da própria como tem visto a concelhia em guerra com a São Caetano à Lapa no último ano; especialmente desde que o ‘não’ de Santana Lopes garantiu aos sociais-democratas uma aparência de atraso no calendário perante o avanço de Cristas, a líder do CDS. 

Tradição, tradição
Embora, de facto, o nome indicado pelo líder do PSD deva seguir o percurso formal – da sede nacional para a concelhia e da concelhia para a distrital – Passos limitou-se a comunicar o nome a Miguel Pinto Luz, líder distrital, e este aprovou-o prontamente em reunião da sua comissão política.

«Tradicionalmente, é sempre o presidente do partido a escolher os nomes para as duas cidades mais importantes do país [Lisboa e Porto]. Isto é uma não-questão para as estruturas locais na hora da verdade», ironiza um membro do grupo parlamentar laranja, ao SOL. 

A candidatura de Leal Coelho, entretanto ratificada na comissão permanente no partido e levada a Conselho Nacional, já se encontra em elaboração de listas e nomeação de porta-voz.