Eleições autárquicas

Com seis meses de antecedência foram marcadas as eleições autárquicas.

Serão 180 dias de campanha eleitoral. Chame-se pré-campanha ou não, ir-se-á discutir a taxa do IMI e o horário de funcionamento dos bares. O trânsito e o turismo. A habitação e o estacionamento. O barulho e o lixo. Os transportes e, até, os tribunais. Os acessos e as rotundas. O emprego e o ambiente. A sustentabilidade e a atratividade. O loteamento relevante e a obra marcante. Os nomes dos candidatos(as) e a efetiva proximidade aos eleitores. O impacto da eleição e a leitura pretensamente nacional dos resultados. As Câmaras conquistadas e as freguesias perdidas.

E, desta forma, nos próximos seis meses as principais opções locais vão conciliar-se com os importantes temas nacionais. O que dará algum descanso – merecido, digo eu – a Marcelo Rebelo de Sousa e a António Costa.

Permitam-me, agora, que lhes deixe alguns números respeitantes a dados de municípios e freguesias, que constam de um livro que publiquei em 2013.

1. Os 50 municípios com mais população residente representavam nessa data 60,5% do total da população portuguesa — contrastando com os 50 menos populosos, que representavam apenas 1,89%.

2. Dos 30 municípios com mais elevadas taxas de variação da população residente, 16 situavam-se nos distritos de Faro e de Lisboa, ambos com 8 cada, seguidos de Setúbal com 4. Ou seja, todos no Litoral.

3. Dos 30 municípios com famílias clássicas de 9 ou mais pessoas, 20 situavam-se nos Açores (13) e na Madeira (7). Os restantes, no Continente, localizavam-se em Vila Real (4), Braga (3) e Porto, Viseu e Viana do Castelo (1 cada).

4. O número de alojamentos com pessoas de 65 ou mais anos ascendia a 793.930, correspondente a 13,5% do total dos alojamentos.

5. O número de alojamentos vagos  seria de 735.128, correspondente a 12,5% do total dos alojamentos (números reportados aos Censos 2011).

6. As 4 freguesias com mais elevada população residente (Algueirão-Mem Martins, Odivelas, São Domingos de Rana e Setúbal (São Sebastião) superavam, no seu conjunto (235.853), o somatório dos 50 municípios com menor população (200.017) (números também referentes aos citados Censos).

7. As 30 freguesias com maior área totalizavam 8.280,95 km2, o que representava quase 9% do total do território nacional. O que compara com as 64 com áreas inferiores a 1km2, que totalizavam apenas 30,97 km2, não representando mais do que 0,03% do território.

8. Existiam 115 freguesias com uma população residente inferior a 100 pessoas.

9. 97 freguesias não registavam qualquer residente entre os 0-4 anos de idade.

10.  37 freguesias (com uma população residente total de 4.020 pessoas) não registavam qualquer residente com o ensino superior completo, sendo que a maioria se situava nos distritos de Bragança (13), Guarda (8) e Vila Real (7).

Estes dados ajudam a estruturar linhas de campanha. E a delimitar estratégias. Para quem queira conquistar ou manter o poder. Afinal, a essência da política. Desde que não haja condicionamentos externos!