Negócios na agenda da visita oficial de António Costa

O primeiro-ministro estará amanhã no Catar. A visita oficial de 24 horas de António Costa tem como objetivo explorar novas oportunidades de negócios, sobretudo investimento externo em Portugal. 

Na perspetiva do Governo, a deslocação, que tem na agenda económica Investimentos de vários milhões de euros no setor do turismo e voos regulares para Lisboa da Qatar Airways, poderá permitir também a expansão de negócios em áreas como a construção civil, obras públicas, setor agroalimentar, energia e saúde.

Para 2018 está previsto um voo direto entre Lisboa e Doha da Qatar Airways, bem como a abertura pela empresa BIMTEC (construção, engenharia e projetos) de uma representação em Portugal. O objetivo é que a representação funcione como plataforma para o resto da Europa e América do Norte.

De acordo com o Executivo o Catar é um país com uma presença económico-financeira em crescimento em Portugal. As participações cataris em 2,27% no capital da EDP, o investimento na Vinci e o projeto de hotel do grupo W no Algarve – quase 300 milhões de euros – são apontados como exemplos.

Em termos de balança comercial, as exportações portuguesas atingiram 17,8 milhões de euros em 2015 e aumentaram para 28,6 milhões de euros em 2016. Já as importações nacionais estavam nos 19,1 milhões de euros em 2015 e baixaram para 13,9 milhões de euros em 2016.

De acordo com dados fornecidos pelo Governo à agência Lusa, o número de empresas exportadoras portuguesas para o Catar "tem vindo gradualmente a aumentar”. Em 2014. 203 empresas venderam naquele mercado. Em 2015 foram 247.

O maior volume de exportações portuguesas é dos setores dos minerais e minérios, vestuário, máquinas e aparelhos, madeira, cortiça e produtos agrícolas. Em conjunto estes produtosrepresentam 62% do total exportado. Portugal importa do Catar plásticos e borrachas, químicos, vestuário, veículos e outros materiais de transporte.

As empresas portuguesas no Qatar operam principalmente nos setores da arquitetura, engenharia, construção e tecnologia, esperando-se a curto prazo a entrada de outras dos ramos farmacêutico, têxteis e agroalimentar.

O Executivo português acompanha a entrada da do Al Faisal  –  um dos principais grupos financeiros privados do Catar, com um património líquido estimado 2,2 mil milhões de dólares – , em Portugal. O grupo analisa oportunidades de negócio em tecnologias de ponta e saúde, para além dos setores hoteleiro e imobiliário.

"Portugal apresenta-se como um país com políticas fiscais competitivas para o investimento externo e com vantagens administrativas garantidas para investimentos privados, caso dos vistos Gold", revelou uma fonte do Governo à agência Lusa.