Telecomunicações. Saiba como poupar 75 euros por ano

Basta juntar um ou mais telemóveis ao serviço de televisão que já subscreve para conseguir poupar alguns euros no final do mês. No Dia Mundial das Telecomunicações, o i fez uma ronda pelas várias ofertas existentes no mercado

Sabia que juntar vários serviços de telecomunicações permite não só ter acesso às melhores ofertas como possibilita poupar até 75 euros por ano ou 150 euros no final de dois, altura em que termina o período de fidelização? O alerta é feito pelo ComparaJá.pt ao i no dia em que se comemora o Dia Mundial das Telecomunicações, depois de ter feito uma ronda pelas várias ofertas existentes no mercado nacional.

Mas como é possível poupar? Basta juntar um ou mais telemóveis ao serviço de televisão que subscreve e no final do mês consegue ver essa diferença (ver quadro ao lado). “Numa lógica de cross-selling e de forma a fidelizar os seus clientes, as operadoras têm apostado em ofertas de pacotes 4P bastante apelativas ao nível da mensalidade e dos serviços adicionais incluídos. Para além de representarem, em média, cerca de 3 euros de poupança a cada mês face à opção de se contratar individualmente um pacote 3P e um tarifário móvel similar, a subscrição dos pacotes 4P pressupõe ainda beneficiar de mais canais de televisão e de mais velocidade na internet”, revela o estudo a que o i teve acesso.

Segundo o estudo, “em algumas operadoras chega a ser mesmo impossível aceder a tarifários tão completos quanto os que são oferecidos juntamente com os pacotes 4P”. E dá como exemplo a oferta da NOS, “em que o mais completo dos tarifários não associados a um pacote contempla apenas 500 minutos de chamadas ou SMS, enquanto o tarifário associado ao pacote 4P inclui 3500 minutos de chamadas e 3500 SMS”.  

Novo simulador

A pensar na poupança dos clientes, o ComparaJá.pt lançou hoje uma plataforma que permite comparar gratuitamente todos os pacotes de telecomunicações existentes no mercado.

Para Sérgio Pereira, codiretor geral da plataforma, o preço é uma variável muito importante, mas não é a única. Esta plataforma vem ajudar os portugueses não só a identificarem os pacotes de telecomunicações mais competitivos, como também os que melhor se adaptam às suas preferências e perfil de consumo. E vai mais longe: “Queremos que os portugueses tenham acesso a produtos de qualidade ao melhor preço possível, evitando a contratação ou manutenção de pacotes dispendiosos ou menos completos por falta de conhecimento da existência de diferentes ofertas.” Dando exemplos: a versão mais básica do pacote triple-play, ou seja, com internet, televisão e telefone fixo, a diferença entre a oferta mais económica e a mais cara do mercado é de aproximadamente 10 euros – ou seja, 120 euros anuais.

Também as ofertas promocionais e os custos com canais premium são identificados nas simulações. E, também aqui, a plataforma deixa alguns alertas: “Em alguns casos, a diferença de dois euros mensais entre o pacote da empresa A e o pacote da empresa B pode ser invertida caso o utilizador pretenda subscrever um determinado canal premium, os quais chegam a ter variações superiores a dez euros entre as diferentes operadoras.”  

Nas tabelas de comparação é ainda possível apurar quais as condições de adesão aos serviços pretendidos e os custos decorrentes da rescisão antecipada do contrato. Isto porque, segundo Sérgio Pereira, apesar de a nova legislação ter tornado mais abrangentes os períodos de fidelização, generalizando a oferta de produtos sem fidelização ou com apenas seis ou 12 meses de permanência obrigatória, a diferença de custos entre ter um contrato com fidelização de 24 meses ou sem fidelização chega a significar pagar, ao final do primeiro ano, o dobro pelo mesmo serviço (aqui incluem-se custos com ativação e instalação do serviço e mensalidades superiores), o que continua a ser um fator de bloqueio no que toca ao dinamismo deste mercado.

As metas são simples: a ideia é atingir os 15 mil utilizadores por mês até ao final do ano. Estes números têm em conta os últimos dados da Autoridade Nacional de Comunicações (ANACOM ), que apontam para a existência de aproximadamente 3,5 milhões de subscritores de pacotes de telecomunicações em Portugal, o que significa que 8,6 famílias em cada dez dispõem de um pacote deste tipo de serviços.

 “Como a grande maioria dos subscritores estão fidelizados por 24 meses e todos os anos se deverão renovar perto de 1,725 milhões de contratos, algo como 145 mil por mês, as nossas expectativas passam por conseguir ajudar, já no final de 2017, cerca de 10% deste total mensal – 15 mil consumidores – e, no final do próximo ano, ajudar 25% deste total mensal – aproximadamente 37 500 famílias portuguesas”, revela o responsável.

 Mais reclamações

A Autoridade Nacional de Comunicações (ANACOM ) recebeu, no ano passado, cerca de 69,5 mil reclamações. Este número representa um aumento de 9% face ao ano anterior, invertendo a tendência de redução verificada em 2015. As reclamações sobre comunicações eletrónicas representam 83,6% do total recebido e aumentaram 6% face a 2015. O número de reclamações por mil clientes foi de quatro, mais 0,3 reclamações do que no ano anterior. Os assuntos mais reclamados foram “venda do serviço” (15,7% do total), “cancelamento do serviço” (14,4%), “equipamento” (10,8%), “faturação” (10,5%) e “avarias” (9,6%).

A ANACOM destaca ainda o aumento do número de reclamações relacionadas com a “alteração das condições contratuais” (mais 1708 reclamações do que em 2015, tendo subido do 10.o para o 6.o lugar no ranking dos assuntos mais reclamados). Os pacotes de serviços foram o segundo serviço mais reclamado, mas apresentavam a maior taxa de reclamações (4,7 reclamações por mil clientes). Os principais motivos das reclamações sobre pacotes foram a “venda do serviço” (22,9%), o “cancelamento do serviço” (22,7%) e as “avarias” (13,3%). O serviço de televisão por subscrição surge em terceiro lugar no ranking, seguido pela internet e. por fim, pelo telefone fixo.