EUA. Oito homicídios para terminar fim de semana violento

Três homens foram esfaqueados e dois morreram ao defender duas muçulmanas. No Mississípi, os homicídios aconteceram noite dentro.

As autoridades norte-americanas travaram ontem uma corrente de homicídios ao capturar um homem que, ao curso de várias horas de romagem noturna pelo condado de Lincoln, no Mississípi, matou oito pessoas, entre elas dois menores e um agente da polícia.

O suspeito, que a imprensa norte-americana identificava ontem ao final da tarde como sendo Cory Godbolt, atingido uma vez pela polícia, conseguiu ainda dizer aos jornalistas no local onde foi capturado que tentava cometer suicídio ao confrontar as autoridades. “A minha intenção era a de que me matassem”, disse o homem, sentado e sangrando no chão. “Não acreditava que conseguiria viver. Não depois do que eu fiz.”

Ainda nenhuma das vítimas tinha sido identificada ontem, mas as primeiras informações sugerem que pelo menos uma é a mulher do suspeito. De acordo com a Reuters, a sequência de homicídios começou na noite de sábado, na casa do suspeito, onde o adjunto do xerife de Lincoln foi abatido enquanto respondia a uma chamada por violência doméstica.

Godbolt matou ainda três mulheres nessa casa antes de se dirigir a uma outra habitação, essa na cidade de Brookhaven, perto do bairro onde se deram os incidentes, Bogue Chitto. Lá, o suspeito matou dois rapazes menores e dessa casa dirigiu-se para uma terceira residência onde matou um homem e uma mulher. Foi travado ao final da manhã.

Duplo homicídio

A corrente de homicídios no Mississípi foi o final aparente de um fim de semana violento nos Estados Unidos. No sábado, um homem esfaqueou e matou duas pessoas que tentavam impedi-lo de assediar duas mulheres que aparentavam ser muçulmanas.

O suspeito, Joseph Christian, deixou um rasto de comentários racistas e islamofóbicos nas redes sociais antes do incidente no comboio. Testemunhas dizem que Christian se lançou num protesto de insultos étnicos e religiosos contra as mulheres, que usavam lenço islâmico. Os três homens que tentaram travá-lo foram esfaqueados e um deles estava ontem internado com ferimentos graves, mas fora de perigo.

“Há demasiado ódio hoje no mundo e claramente violência em excesso”, disse o mayor de Portland, Ted Wheeler, numa conferência de imprensa. “O clima político de hoje em dia permite, de longe, demasiada intolerância”, lançou. “Ele era um herói e continuará a sê-lo do outro lado do véu”, escreveu a mãe de uma das vítimas, Taliesin Myrddin, que tinha 23 anos.