Energia. Saiba como poupar na fatura mensal

Em Portugal, a eletricidade é das mais caras da Europa. No Dia Mundial da Energia, o i recorda alguns truques que pode seguir de forma a conseguir reduzir esta despesa mensal. Também a ERSE dá alguns exemplos de más práticas e o modo como pode evitá-las

Os custos com habitação, eletricidade, água e gás representam um terço da despesa dos agregados (31,8%), revelam os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), ficando em segundo plano as despesas com a alimentação (14,4%). Face ao peso que a fatura de energia tem no orçamento familiar – Portugal registou o quarto preço mais elevado da eletricidade e do gás de entre os 28 países, segundo os últimos dados divulgados pelo Eurostat – e por estar na lista das prioridades que os consumidores não deixaram de pagar em caso de problemas financeiros, nada melhor do que recordar algumas dicas de poupança na data em que se comemora o Dia Mundial da Energia.

A verdade é há pequenos gestos que, no seu dia-a-dia, poderá adotar ou alterar para ver a sua fatura de luz reduzir consideravelmente (ver coluna ao lado). No entanto, uma das regras-base passa por analisar a potência contratada, uma vez que esta deve estar adequada ao consumo de energia em casa. Mas para isso tenha em conta que os atuais eletrodomésticos, sobretudo os de categoria energética A, são mais eficientes, e há também lâmpadas mais eficientes (como as LED) que, apesar de serem mais caras, consomem seis vezes menos energia e duram oito vezes mais.

Também ao desligar os aparelhos elétricos, em vez de os deixar em standby, e os carregadores de telemóvel, por exemplo, que por vezes ficam esquecidos nas fichas, o nível de poupança também aumenta.

Deve ter ainda em consideração o número de pessoas na habitação e analisar muito bem qual a tarifa que mais se adequa ao seu caso. A tarifa bi-horária apresenta preços diferentes por kWh consoante a utilização em horas de vazio ou horas cheias, sendo o valor mais baixo nos períodos noturnos ou ao fim de semana (horas vazias) e mais elevado nas restantes horas. Pode parecer tentador mas é importante que tenha em consideração que, se escolher a tarifa bi-horária, o encargo para a mesma potência durante as horas cheias será, por regra, ligeiramente superior ao da tarifa simples. Significa isto que sempre que estiver a utilizar a luz fora das horas vazias, o preço a pagar será mais elevado. No entanto, os ganhos obtidos se fizer grande parte dos consumos nas horas vazias podem trazer uma poupança significativa.

Mudar de fornecedor Outra forma de poupar é comparar a oferta dos vários comercializadores de luz que atuam no mercado livre e escolher o preço mais baixo. Mas isso exige cuidados. A ERSE, entidade que regula este mercado, acaba de lançar um alerta sobre as más práticas comerciais existentes no mercado e dá sugestões aos consumidores de como estas podem ser evitadas. “Alguém o aborda dizendo que tem uma oferta de energia para lhe apresentar e pede-lhe que assine um documento que apenas comprove que esteve presente em sua casa. O que deve fazer: nunca assine um documento sem o ler. Exija sempre e guarde cópia do que assina. Se tiver dúvidas depois de ler, recuse assinar”, diz a ERSE, lembrando ainda que, nas vendas à distância, se assinar e se arrepender, tem 14 dias para resolver o contrato.

Mas os alertas não ficam por aqui. “Se alguém o aborda dizendo que tem de mudar de fornecedor para não ficar sem gás ou eletricidade, não acredite nesta história. Os consumidores só devem mudar de fornecedor se quiserem e quando estiverem convenientemente informados do novo contrato”, avisa a ERSE.

Estes são muitos dos problemas que podem surgir, com o regulador a afirmar que estes alertas de más práticas “são focados em aspetos específicos, que resultam da análise sistemática que se faz às reclamações que a ERSE recebe, e procuram estar numa linguagem simples e acessível. Cada alerta identifica uma má prática que é seguida e sugere como o consumidor a pode evitar, sendo divulgada sempre que identificada e considerada relevante para a informação aos consumidores”.

Oferta A EDP oferece descontos de até 5% no gás natural e 2% na eletricidade sobre o total da fatura desde que os clientes optem pelos dois serviços e em débito direto no mercado livre. Já a espanhola Endesa também oferece descontos que podem atingir os 12% se optar pelo fornecimento de luz e gás ou até 10% se preferir apenas luz, mas para isso terá de aderir à campanha até ao final do mês de junho.

Por seu lado, a Galp aposta na oferta Plano Energia³, que junta eletricidade, gás natural, gás de botija e combustível. Oferece descontos até 40% nos termos fixos da eletricidade e do gás natural, de 5% na aquisição de gás de botija e de 12 cêntimos em cada litro de combustível. No entanto, a poupança é indireta. O desconto é atribuído através de um cupão que chega com a fatura mensal de energia e que deve ser levado a uma loja Continente no prazo de um mês para ser creditado no cartão. O desconto só fica disponível no dia seguinte, tal como quando fazemos compras. Além disso, o desconto tem obrigatoriamente de ser usado nas lojas Continente e suas associadas.