Turismo. Centro foi a região que mais cresceu em abril

O crescimento do turismo nesta região ultrapassou os 37%,  em que os visitantes estrangeiros tiveram um peso importante.  A pensar neste sucesso foi lançado um observatório para monitorizar  a atividade turística.

O centro de Portugal foi a região de turismo que mais cresceu em abril, revelam os últimos dados do Instituto Nacional de Estatística (INE). Neste mês foram registadas mais de 494 mil dormidas, contra as 360 mil registadas em igual período do ano passado, o que representa um aumento de mais de 37%.  

Para o presidente da Turismo Centro, Pedro Machado, este aumento deve-se ao acréscimo da qualidade e das escolhas que estão disponíveis e isso faz com que, no seu entender, a região tenha merecido a visita de cada vez mais pessoas, de dentro e de fora do país. “Está a trabalhar-se muito e bem no desenvolvimento do turismo no centro de Portugal. Os profissionais do setor estão a aumentar, de forma significativa e evidente, a qualidade da oferta, não apenas ao nível dos estabelecimentos hoteleiros e da restauração, mas também na diversidade de produtos e experiências que disponibilizam a quem nos visita”, admitiu o responsável na altura em que foram divulgados os dados do INE.  

A verdade é que esta região não tem atraído apenas turistas nacionais e essa realidade é visível nos dados do organismo: as dormidas de cidadãos estrangeiros registaram um aumento recorde de 51,4%, passando de 160 398 para 242 914, o que, na opinião dos responsáveis da Turismo Centro, “denota o interesse cada vez maior que a região suscita fora do país”.

Este crescimento, como é natural, também se refletiu nos proveitos da atividade turística, que também registaram uma subida. Entre abril de 2016 e o mesmo mês de 2017, os proveitos no Centro foram de 21,17 milhões de euros, correspondentes a um aumento de 32%. Já a taxa de ocupação subiu mais de 10,2%. O Centro lidera também no indicador do aumento percentual da duração da estadia média, que passou de 1,61 noites em abril de 2016 para 1,72 noites em abril de 2017 – mais 6,9%.

“A promoção que tem vindo a ser feita colocou o Centro como destino na perceção dos turistas, a nível nacional e internacional. Quem nos visita sabe que esta é uma região que reúne condições ótimas, devido à sua grande diversidade de recursos turísticos e possibilidades de visita. É um território singular, único e ao mesmo tempo diversificado, capaz de atrair o turista mais curioso e exigente”, salientou, na altura, Pedro Machado.

Face a este crescimento foi lançado um observatório de turismo para monitorizar de forma permanente o impacto do turismo na região, sobretudo nas vertentes económicas, sociais, culturais e ambientais. Numa primeira fase foi realizada uma avaliação exaustiva da atratividade dos recursos turísticos existentes nos 100 concelhos da região Centro. Em seguida, com o apoio ativo das autarquias, serão efetuados inquéritos periódicos a todos os agentes do setor. O resultado mais prático, avança a Turismo Centro, será a produção de relatórios mensais, semestrais e anuais que servirão de orientação para uma gestão de qualidade, baseada no conhecimento, de todos agentes turísticos da região. “Este observatório vai contribuir decisivamente para o conhecimento integrado do setor do turismo na região Centro de Portugal. Será seguramente de grande utilidade para todos os intervenientes nesta atividade, desde empresas e empresários a autarquias”, garante Pedro Machado.

Zonas atingidas são ponto atrativo

Uma das zonas mais fustigadas pelo incêndio que deflagrou este sábado é um dos pontos turísticos da região Centro. As praias fluviais são um verdadeiro chamariz não só para quem vive naquele concelho como também para quem vem de fora. Exemplo disso é a praia fluvial do Mosteiro ou a praia Mega – esta última é considerada uma das mais acolhedoras pela sua localização. Os turistas podem ainda optar pelas albufeiras do Carril ou da Bouçã. Mas não é só de praias que vive esta vila no distrito de Leiria.

Os percursos pedestres e os passeios BTT têm chamado a atenção dos visitantes mais radicais.  A verdade é que esta zona não é um caso isolado. Também Castanheira de Pera tem vindo a atrair turistas. A praia fluvial das Rocas é um dos pontos atrativos.

Aliás, muitas das vítimas mortais do incêndio regressavam desta praia quando foram surpreendidas pelas chamas.  Por sua vez, o concelho de Figueiró dos Vinhos é conhecido pela aldeia do xisto de Casal de S. Simão assim como pelo Casulo de Malhoa, residência do mestre José Malhoa, entre muitos outros pontos atrativos.