DBRS mais tolerante para com Portugal

Um estudo recente revela que a DBRS é mais tolerante para com Portugal do que outros países. A agência de notações financeira inflacionou, de forma subjectiva, o rating da dívida pública portuguesa em um nível.

“Tanto a análise qualitativa como empírica demonstram que a DBRS tem um comportamento mais brando com Portugal, não só em comparação com as três maiores agências de 'rating', mas também perante as decisões de 'rating' que toma para com outros países", afirma um estudo divulgado pelo Gabinete de Estratégia e Estudos do Ministério da Economia.

O estudo tenta replicar o modelo de rating da DBRS com o objetivo de saber quial seria a avaliação de Portugal se a agência usasse apenas os seus critérios quantitativos. Os académicos identificam um elemento relevante de subjectividade nas decisões da DBRS, que tende a ser neutro na generalidade dos países, mas que é positivo para Portugal.

Annika Luisa Hofmann, Miguel Ferreira e João Lampreia, autores do estudo, concluem que existe "um ajustamento subjetivo significativo" na nota atribuída a Portugal e que, em média, "o 'rating' [avaliação] está inflacionado subjetivamente em um nível".

Neste momento apenas a DBRS avalia a dívida de Portugal como sendo de investimento  enquanto as restantes três entidades de 'rating' consideradas pelo Banco Central Europeu (BCE) entendem que a dívida pública de Portugal ainda está num grau de 'lixo'.

O 'rating' acima de lixo atribuído pela DBRS ganhou relevância porque a notação de investimento por pelo menos uma das maiores agências é exigida para que o BCE continue a comprar dívida pública em Portugal e a financiar a banca nacional.