Alticebank. Dona da PT quer ter banco online nos mercados onde está presente

O pedido já foi feito ao Banco Central Europeu e está à espera de aprovação. A marca está registada desde outubro e a operadora acredita que poderá arrancar com a operação bancária já no próximo ano

O grupo Altice, dono da MEO em Portugal, já submeteu ao Banco Central Europeu (BCE) o pedido de licenciamento para abrir atividade no setor bancário, estando agora à espera de aprovação por parte do órgão regulador. Trata-se do Alticebank e tem como objetivo lançar um banco online nos vários mercados onde está presente, incluindo no mercado nacional. O i entrou em contacto com a empresa em Portugal, que não quis dar mais informações.

A ideia é que a operação arranque no início de 2019; no entanto, a marca já está registada desde outubro do ano passado. De acordo com a imprensa estrangeira, este processo já está bastante avançado, e tudo indica que o BCE dê uma resposta em relação ao licenciamento ainda antes das férias de verão.

Ainda não se conhecem detalhes sobre o funcionamento do Alticebank. Mas tendo em conta as soluções já existentes, a empresa deverá disponibilizar serviços bancários em ambiente mobile, numa altura em que há cada vez mais utilizadores de smartphones.

A verdade é que este conceito já existe por parte do concorrente Orange, depois de este ter lançado o Orange Bank em França. Mas o objetivo é alargar este projeto a outros países europeus, uma vez que a operadora está presente em 28 países e soma mais de 260 milhões de clientes. Com data marcada para o próximo está a entrada na Bélgica.

Nos últimos anos, as operadoras de telecomunicações têm reforçado a sua ligação com a banca com o surgimento das “fintech”, ou seja, empresas de tecnologia que prestam serviços antes associados à banca, como a possibilidade de pagamentos.

Projetos em marcha

Também em negociações está a possível compra da Media Capital, dona da TVI, através da Altice Media. Ainda por saber está o preço- -base da negociação. As duas partes não se pronunciam sobre os montantes, mas o jornal espanhol “El Confidencial” aponta para uma avaliação entre os 400 e os 450 milhões de euros, pois o presidente do grupo está a ser pressionado não só pelos acionistas, mas sobretudo pelo vencimento de uma dívida, no próximo ano, no valor de 958 milhões de euros. Ou seja, a venda da Media Capital serviria para pagar parte deste montante, daí o banco Morgan Stanley ter sido mandatado para ajudar nesta alienação.

Outra mudança em cima da mesa é a criação de uma marca única. Esta é a aposta da Altice e terá consequências no mercado nacional, com o desaparecimento da PT Portugal. A alteração vai ocorrer até ao final do segundo semestre de 2018 e assentará também num novo logótipo e numa nova assinatura: “Together Has No Limits”.

“A transformação de uma holding detentora de diferentes ativos e marcas em todo o mundo num grupo global único, com uma só marca – Altice –, materializa a natureza internacional e digital do seu negócio e, simultaneamente, reforça o conhecimento e a experiência locais”, revelou a empresa quando anunciou esta alteração.

Os números falam por si: presente em dez territórios, quatro continentes, nomeadamente nos mercados europeu e americano, conta com cerca de 50 milhões de clientes, tendo gerado receitas superiores a 24 mil milhões de euros em 2016.

A nova estratégia de marca permite, quer a nível global, quer local, o aumento da produtividade e uma maior eficiência na otimização de custos, entre outros, de marketing, criatividade e inserções publicitárias, possibilitando a continuidade do investimento no negócio. Para o CEO do grupo Altice, Michel Combes, trata-se de uma nova era. “Uma marca não é apenas um logótipo, é uma completa transformação para a companhia”, afirmou.