Alterações Climáticas. Há quem diga que a culpa não é do homem

Mario Molina, prémio Nobel da Química, é uma das vozes contra

Apesar de muito se ter debatido acerca das alterações climáticas continuam a existir vozes críticas que rejeitam qualquer responsabilidade humana e dão uma explicação para estas mudanças: são naturais e cíclicas. Uma dessas vozes é do físico Fred Singer, conhecido por posições controversas – como a de que o buraco na camada de ozono é um problema ambiental menor. Singer diz que os cidadãos e os governos não precisam de se preocupar com as alterações climáticas. “É uma coisa natural, não há nada que se possa fazer. Temos de nos adaptar”, afirma o físico, acrescentando ainda que “as pessoas aquecem-se quando têm frio e refrescam-se quando têm calor”. Singer não acredita em mudanças catastróficas no próximo século.

Uma opinião partilhada pelo professor de climatologia da  Universidade de São Paulo (USP), Ricardo Augusto Felicio, ao afirmar que este fenómeno “não passa de uma mentira, já que não existem provas científicas de que a Terra está a aquecer”, revela. Este chega mesmo a dizer que o documentário “Uma verdade inconveniente”, de Al Gore, é um filme de ficção científica.

Outros cientistas que fazem críticas ao aquecimento global são o físico e meteorologista brasileiro Luiz Carlos Molina, o climatologista, também brasileiro, Ricardo Augusto Felício, o português Rui Moura, o mexicano Mario Molina (um dos laureados com o Prémio Nobel de Química de 1995), o dinamarquês Bjorn Lomborg e o norte-americano Patrick Michaels. Para estes a intensificação do efeito de estufa causada pelo homem não apresenta provas científicas e, apesar de o aquecimento global ser colocado como uma teoria, este grupo considera apenas que é uma hipótese.

A verdade é que muitos dos que contestam as teorias vigentes sobre o aquecimento global têm sido acusados de serem financiados por empresas com interesses em jogo. Exemplo disso, é o Instituto George Marshall que recebeu 185 mil dólares (mais 162 m il euros) da ExxonMobil, em 2002 e 2003. Ainda assim, estas suspeitas são afastadas pelo presidente do instituto ao garantir que “nenhum apoiante deste instituto nunca, jamais, ditou as conclusões do nosso trabalho”.