António Costa: “A polémica surge só quando decidiram especular e acusar o Governo de estar a esconder a lista, que é só das acusações mais parvas”

O primeiro-ministro esteve esta tarde na Autoridade Nacional de Proteção Civil, e pediu confiança nas “instituições do Estado”, e fez questão de garantir que os incêndios ainda estão longe do fim.

António Costa esteve reunido durante duas horas com a Proteção Civil, e disse que não pode haver “tentativas de aproveitamento político desta tragédia”, reforçando que tem de existir mais confiança nas “instituições do Estado” e que é “absolutamente lamentável” o que aconteceu em termos de “especulação e aproveitamento político”.

O primeiro-ministro referiu estar “muito satisfeito que a divulgação da lista tenha posto termo à especulação” sobre o número de mortos de Pedrógão Grande.

Na conferência de imprensa, António Costa citou o que o Presidente da República já teria dito esta terça-feira à noite: “só numa ditadura é possível tentar esconder o número de vítimas”, negando assim que, em qualquer momento, o Executivo tenha tentado esconder a lista de nomes.

“A polémica surge só quando decidiram especular e acusar o Governo de estar a esconder a lista, que é só das acusações mais parvas”, disse.

“Uma chama todos nós apagamos, um incêndio de larga dimensão muito dificilmente é apagado”, declarou. 

“A maior irresponsabilidade que eu podia ter era assegurar que isto não vai voltar a acontecer", reforçou António Costa. “Todos temos de ter a noção que isto vai voltar a acontecer”.

O primeiro-ministro defendeu ainda que as autoridades “sempre foram muito cautelosas” a admitir que o número de vítimas mortais seria superior ao que estava a ser divulgado na altura e que considera "lamentável este episódio e absolutamente excecional na nossa vida democrática e que sirva de lição para toda a gente, questionando que "se em vez das 64 vítimas em Pedrógão, se tivéssemos 30 seria uma tragédia menor?”.

António Costa também aproveitou a ocasião para justificar que “desde 1 de julho tivemos 2007 incêndios e em 81% dos casos foram controlados nos primeiros 90 minutos”.

[em atualização]