Carrilho, um homem capaz de vender o filho

Se o que Carrilho faz com o filho Dinis Maria se passasse entre gente pobre, a Segurança Social já tinha sido chamada a intervir

Existe uma expressão portuguesa para qualificar alguém capaz dos atos mais sórdidos, oportunistas, reles e imorais. Diz-se de alguém assim que é capaz de «vender a mãe».

Manuel Maria Carrilho não vende a mãe, mas vende o filho. No caso de Carrilho, não se trata de metáfora. Ele vende mesmo. Acabou de o fazer, mais uma vez, ao oferecer à revista TV Guia uma carta terrível que, a partir do seu computador – isso vem escrito no artigo –, Dinis Maria, uma criança, escreve à mãe.

Dinis Maria é um adolescente, Carrilho um manipulador consagrado. A carta tenebrosa não deve ter sido oferecida por Dinis Maria à TV Guia (as crianças não costumam fazer isso).

Seria impossível que Bárbara Guimarães divulgasse numa revista cor-de-rosa uma carta que o filho alegadamente lhe escreveu naqueles termos. Escrevo alegadamente porque a carta sórdida saiu certamente não só do computador do pai como também da sua cabeça doente. E evidentemente foi parar à TV Guia pela mão do pai que, de resto, tem uma longa história de divulgar (em alguns casos, não conseguiu, porque os jornalistas acharam o caso demasiado miserável) correspondência privada.

A falta de escrúpulos de Manuel Maria Carrilho não pára de nos surpreender. Quando se pensa que o homem bateu no fundo, ele desce mais uns degraus do poço da miséria humana.

Manuel Maria Carrilho está evidentemente a vender o filho em troca de benefícios em sede de julgamento. Não o incomoda que a criança, já pré-adolescente, tenha acesso às revistas, que os amigos da escola tenham acesso às revistas. O que Carrilho está a exercer sobre o filho é violência contra crianças. É evidente que Dinis Maria corre perigo de sofrer de (ainda mais) danos psicológicos.

Além da violência psicológica que mantém contra Bárbara Guimarães com a divulgação destas peças a revistas, Carrilho está a fazer alienação parental. Se isto se passasse com gente pobre e não com um ex-ministro da Cultura, a Segurança Social já tinha sido chamada a intervir. Infelizmente, o Estado só intervém nestes casos quando os protagonistas vivem em barracas.

O que Carrilho está a fazer ao filho mais velho é criminoso. Se isto fosse um país a sério, as autoridades estavam em sinal de alerta.