Fernando Pimenta: Antes de o hino tocar

Conheça todo o trabalho desenvolvido pelo canoísta do CN de Ponte de Lima, atleta que subiu duas vezes ao pódio em Racice, nos Mundiais de Canoagem de velocidade.

Foi no passado sábado que Fernando Pimenta alcançou a medalha de prata em K1 1000 metros no Campeonato do Mundo de canoagem de velocidade disputado em Racice, na República Checa. Um dia depois, domingo, era a vez de subir ao lugar mais alto do pódio, após conquistar o ouro no K1 5000 metros. Contactado pelo SOL depois de uma receção gloriosa o canoísta do Clube Náutico de Ponte de Lima confessou: «É um momento de extrema felicidade e de muito orgulho no trabalho que tanto eu como o meu treinador [Hélio Lucas] temos vindo a fazer. É sem dúvida um dos momentos altos da minha carreira». Contudo, o atleta de 28 anos explicou que para atingir o feito inédito de ter arrecadado duas medalhas num Mundial, tendo posteriormente chegado à sua 70.º medalha internacional, o segredo está em todo o trabalho que desenvolve ao longo do ano.

Três a quatro treinos por dia

Com três treinos diários «e em alguns dias quatro», Pimenta descreve a sua rotina. «Acordo, tomo um bom pequeno-almoço, preparo as coisas para o treino e logo de manhã faço duas sessões. Depois descanso e à tarde volto ao treino e faço mais uma ou duas sessões dependendo da época. Depois vou recuperar para o dia seguinte», resume. No inverno tudo acontece da mesma forma e, por isso, volta a repetir a mesma frase, mas acrescenta «quer estejam 0 ou 2 graus temos de ir para o rio e tentar superar essa adversidade. Não podemos abdicar do treino».

Com a esperança de continuar na alta competição até aos 40 anos não hesita na hora de admitir que o mais difícil são as temporadas que passa longe da família, consequência dos estágios a que as diversas provas em que participa obrigam. Porém, «com todo o apoio e compreensão» que tem recebido, fala com orgulho e, acima de tudo, «com uma grande ambição de querer mais e melhor para a canoagem portuguesa e para o desporto português».

Fechado o primeiro ciclo olímpico, «por agora é tempo de descansar e de planear a temporada 2018». «Ainda estamos muito longe dos Jogos Olímpicos de Tóquio [2020]. Eu e o meu treinador gostamos muito de trabalhar de objetivo em objetivo e de prova em prova», conclui. A definir estratégias para o próximo ano, aquele que é o melhor canoísta português da atualidade nunca se inibiu, contudo, de salientar as metas. Também não é tarefa complicada, já que para Fernando Pimenta e de Fernando Pimenta se espera sempre a subida ao pódio.