Experiência e vivência

A vida é feita de desafios e, por vezes, de mudanças. Ser livre, mesmo livre, significa poder fazer opções, aceitar certos desafios, dizer ‘não’ a determinados convites. Mas determina, também, dizer ‘sim’ em outras concretas situações! 

Aceitei o desafio de me envolver no combate autárquico de Odivelas com sentido de responsabilidade. Sabendo das dificuldades e das atuais circunstâncias. Hoje em dia, as lideranças pressupõem experiência, vivência e inovação. Capacidade para agregar e conhecimento das realidades fundamentais de uma gestão autárquica. 

Liderei, com orgulho, Sintra durante doze anos. Assumi com honra o lugar de vereador em Lisboa, e admito ter conhecido uma realidade diferente, com problemas e anseios específicos. Sei que o que aprendi em Sintra e sei que esta vivência de Lisboa me enriqueceu. 

Na Educação e na ação social, o que fiz em Sintra orgulha-me. Fui o primeiro a introduzir em Portugal – sim, em Portugal! – os manuais escolares gratuitos no primeiro ciclo. Fiz um relevante investimento no parque escolar de Sintra. Promovi creches e jardins de infância, criei condições para as escolas não terem horários duplos, introduzi as refeições escolares nas férias. E apostei no apoio aos idosos, incluindo a consciência de uma ligação entre netos e avós. 

Mas a minha participação autárquica em Lisboa permitiu-me conhecer, a fundo, as grandes questões da mobilidade. 
A necessidade e urgência de uma política metropolitana de transportes. De uma verdadeira articulação entre municípios e operadores, acrescida agora com a municipalização da Carris por Lisboa. E sabendo que o ‘Metro’ não é, como todos bem sabemos, apenas o Metropolitano de Lisboa. 

Sei, desde André Gide, que «a experiência ensina mais seguramente do que o conselho». E a minha experiência autárquica foi bem enriquecedora. Pessoal e culturalmente. Sei o que fiz em Sintra e sei o que aprendi em Lisboa. 
Nesta gestão importa chamar todos e todas para, com a diferente experiência e a concreta vivência, se poder inovar. Prevendo problemas e antecipando soluções que são necessidades. A construção do futuro deve envolver todos – como fiz em Sintra e como articulei em Lisboa com António Costa e Fernando Medina. E com todos aprendi. Como eles, estou certo, aproveitaram algumas das minhas sugestões e alguns dos meus estudados contributos. 

Em Sintra, embora com maioria absoluta, chamámos todos os partidos para a gestão municipal. E João Soares ajudou a potenciar, como empenhado e competente vereador, o turismo de Sintra. Trazendo para Sintra a sua rica vivência e experiência de presidente da Câmara de Lisboa. Como António Costa, em alguns atos de boa gestão como primeiro-ministro, não deixa de utilizar tudo o que fez – e fez bastante – em Lisboa e por Lisboa. 

Tudo é experiência. E sabendo que «toda a pessoa vale mais que as suas maneiras de se exprimir», também sabemos que «onde há uma vontade forte não pode haver dificuldades»!