Na verdade, o Executivo pretende conseguir uma redução da dívida de 126,7% do PIB este ano para 123,5% em 2018.
Inicialmente, a promessa de Mário Centeno apontava, em agosto, para um rácio da dívida pública igual a 127,7%, mas agora o Executivo de António Costa prevê um resultado ainda melhor, que se fixa nos 126,7%. A justificar esta previsão está o facto de a economia ter crescido acima do esperado e as contas públicas apontarem para saldos primários positivos.
A questão da dívida pública continua a ganhar especial importância tendo em conta que voltou a aumentar durante o mês de agosto e superou, pela primeira vez, a fasquia dos 250 mil milhões de euros, atingindo assim um valor histórico.
Dívida sobe De acordo com os dados divulgados pelo Banco de Portugal (BdP), o valor ascendeu a 250,38 mil milhões, o que corresponde a aumento de 1,34 mil milhões face ao mês de julho.
Um aumento que ficou conhecido apenas alguns dias depois de Mário Centeno ter prometido que a dívida pública iria ter, ainda este ano, a maior redução dos últimos 19 anos.
“Vai reduzir-se, isso é uma certeza. A própria S&P já faz referência a isso”, começou por dizer o atual responsável pela pasta das Finanças portuguesas. “No fim do ano prevemos ter a dívida pública em 127,7% do PIB. Em relação ao final do ano passado, será a maior redução em 19 anos da dívida pública em percentagem do PIB”, sublinhou o ministro Mário Centeno.
A ideia, segundo o executivo de António Costa, é que seja o começo de um longo caminho na direção certa: “A dívida pública vai cair nos próximos anos de forma consecutiva, até estabilizar todas as condições de financiamento da economia portuguesa.”
No entanto, a verdade é que, de acordo com o último indicador conhecido (reporta-se a junho), a dívida atingiu os 132,1% do PIB, o que corresponde a um aumento face aos dois trimestres anteriores.
De acordo com os dados avançados pelo regulador, este aumento da dívida nacional pode ser explicado com as “emissões líquidas de títulos de 2,4 mil milhões de euros e uma diminuição de empréstimos de 1,2 mil milhões de euros, essencialmente por via do reembolso antecipado de empréstimos do Fundo Monetário Internacional (0,8 mil milhões de euros)”.
Já no que respeita à dívida líquida de depósitos, o BdP avança que diminuiu em 1,7 mil milhões para os 228,4 mil milhões de euros, depois de conseguir beneficiar de um aumento dos ativos em depósitos no valor de três mil milhões de euros.