Cinco mortos confirmados nos fogos

Alerta vermelho prolonga-se até às 20 horas desta segunda-feira. Estão no terreno perto de 7000 operacionais. Porta-voz admite que possa haver pessoas retidas em estações de serviço à espera de ser desviadas para caminhos alternativos. Telecomunicações com falhas

Estão confirmadas cinco vítimas mortais nos incêndios desta noite, avança a SIC e o JN. Duas pessoas morreram em Oliveira do Hospital, sendo que uma das vítimas foi encontrada junto ao seu automóvel, na A25.

A Proteção Civil confirmou outras três vítimas mortais nos incêndios que continuam descontrolados esta noite. Duas pessoas perderam a vida em Penacova. Eram dois irmãos que estavam a tentar defender um armazém. A terceira vítima foi apanhada pelo fogo na Sertã.  

A sede da Autoridade Nacional de Proteção Civil tem estado esta noite incontactável. Pelo país, registam-se também falhas nas telecomunicações e acesso à internet, é o caso de Gouveia, onde houve relato de chamas em edifícios devolutos.

De acordo com a agência Lusa, a Base Aérea de Monte Real foi aberta para receber população.

Pelas 22h, Patrícia Gaspar, da Proteção Civil, indicava não haver conhecimento de vítimas mortais, mas havia 33 fogos de maior dimensão por controlar. Neste mesmo briefing, a responsável referiu 25 feridos contabilizados nos diferentes incêndios, mas admitiu que os números não estão atualizados pois os incêndios estão a evoluir com uma velocidade fora do normal.

A porta-voz, questionada sobre o caso de automobilistas que estarão retidos numa estação de serviço em Vouzela, admitiu que uma vez que há várias estradas cortadas pode haver situações de pessoas retidas em alguns locais enquanto aguardam ser encaminhadas para caminhos alternativos. A TVI emitiu entretanto reportagem de um troço do IP3, entre Penacova e Mortágua, onde os automobilistas estão a aguardar condições para sair da estrada. A GNR está a organizar os carros no sentido de poderem caber mais viaturas mais ameaçadas pela linha do fogo.

Este foi o dia com o maior número de incêndios este ano: 443 desde a meia-noite deste domingo.  

"Estamos perante um cenário de elevada complexidade com todos os meios a fazer os possíveis e impossíveis". A garantia foi dada esta noite pela porta-voz da Proteção Civil, Patrícia Gaspar. Perante as previsões metereológicas, foi prolongado o estado de alerta vermelho até às 20 horas desta segunda-feira.

 Há receios nomeadamente nos fogos que lavram em Mafra, Oliveira do Hospital e Óbidos. "Estamos a viver uma situação muito díficil. Os meios têm de dividir-se entre a resposta às populações e não descurar as operações de combate. Temos em todos os incêndios um factor extremamente complicado que tem sido o vento."

"A noite poderá ser um aliado, mas não ao ponto de extinguir todas as ocorrências em curso", disse ainda Patrícia Gaspar.

Pelas 22h15 estavam no terreno a combater cerca de 220 incêndios 6800 operacionais, 2027 meios terrestres e apenas um meio aéreo. Só nas últimas duas horas deflagraram mais 30 incêndios.

Esta tarde, o secretário de Estado da Administração Interna Jorge Gomes admitiu que o fumo terá impedido operações aéreas, mas faltam também aviões no país. Portugal pediu ajuda de manhã a Espanha mas, de acordo com o secretário de Estado, o país não teve possibilidade de desmobilizar meios dos incêndios que lavram do outro lado da fronteira. Já foi entretanto pedido auxílio à Comissão Europeia e a Marrocos.

Atualizado às 01h23.