O cacilheiro Trafaria Praia, que Joana Vasconcelos transformou em obra de arte para a representação portuguesa na Bienal de Veneza, em 2013, está à venda. Mário Ferreira, detentor da Douro Azul, a empresa proprietária do barco-peça de arte chega mesmo a dizer que “foi um flop turístico”. Joana Vasconcelos foi a primeira pessoa convidada a adquiri-lo.
“Foi um fracasso como embarcação turística, mas há-de valer uns milhões como obra de arte”, revela o empresário em declarações ao Jornal de Negócios. De acordo com as suas contas e, sem contar com o montante investido, já perdeu cerca de um milhão de euros desde que a embarcação começou a operar no Tejo.
A retirada do Trafaria Praia para doca seca justifica-se pelo “factor deterioração, pois o barco, sendo todo forrado a azulejo, é muito sensível. Está melhor em terra do que na água”, justificou o empresário, que está agora à espera de propostas de compra.
Para já não quis adiantar qual o valor que está a venda, mas admite que se não aparecer propostas poderá levar o barco-pesca a leilão.
O Trafaria Praia pertencia à Transtejo e até 2011 fez a travessia do Tejo. Em 2013 foi transformado em “pavilhão flutuante” e serviu para representar Portugal na Bienal de Veneza, onde esteve durante sete meses. A artista fez uma intervenção com têxteis no interior e com azulejos no exterior do barco.
O cacilheiro regressou a Lisboa e o projecto inicial da Douro Azul passava por colocar o Trafaria Praia a operar quatro cruzeiros turísticos por dia (dois de manhã e dois à tarde), com a duração de uma hora, fazendo a ligação entre o Terreiro do Paço e a Torre de Belém. Um projeto que não teve muito sucesso. “A embarcação não é adequada para passeios turísticos. É um sucesso como obra de arte, mas um fracasso como operação turística”, referiu ao Jornal de Negócios.