PS aprova continuidade de Dijsselbloem​ no parlamento

Os socialistas foram de pedir a demissão para deixar o holandês ficar no Eurogrupo  

Hoje, em votação na Assembleia da República, o Partido Socialista recusou contrariar a permanência de Dijsselbloem à frente do Eurogrupo.

A polémica não é antiga. Em ​março, Jeroen Dijsselbloem, que preside a reunião dos ministros das Finanças da zona-euro, alegorizou que os países do sul da UE não podiam gastar "o dinheiro todo em aguardente e mulheres". A reação em Portugal foi unânime e todos os partidos com assento parlamentar pediram a saída do holandês.

No entanto, em conferência de imprensa este mês, Dijsselbloem, que já nem é ministro das finanças holandesas, informou que ficaria até janeiro após apoio unânime dos países do Eurogrupo, que Portugal também integra. Quer isto dizer que o governo que havia exigido a demissão de Dijsselbloem veio depois garantir a sua continuidade, ainda que a curto-prazo.

O CDS-PP apresentou hoje um voto de repúdio a essa permanência de Dijsselbloem até janeiro. O PSD e o Bloco de Esquerda acompanh​aram​ os centristas e o PCP abs​teve-se, garantindo que voto parlamentar passava, na medida em que o Partido Socialista ​foi o único a votar contra o repúdio à continuidade do holandês.

Lembrar que em março todos os partidos da Assembleia pediram a saída de Dijsselbloem, sendo que a semana passada, o PSD já havia apontado à incoerência de o governo ter viabilizado a permanência do eurocrata escassos meses depois de exigir a sua demissão. 

(notícia atualizada às 17h26, o Bloco votou a favor do voto de repúdio, não se absteve)