«a declaração de passos coelho ao país foi pior do que se pensava», disse jerónimo de sousa, numa declaração aos jornalistas na festa do avante!, na quinta da atalaia, no seixal.
o líder comunista sublinhou que «descodificada a intervenção e a demagogia», aquilo «que é concreto, aquilo que o povo português vai saber», é que «vai perpetuar-se o roubo de dois salários» para pensionistas, reformados e trabalhadores do sector público, a que se junta «novidade de agora esse roubo ser extensível aos trabalhadores do sector privado».
«o que significa, feitas as contas (…), um mês de salários roubado a todos os trabalhadores», sublinhou.
«e, simultaneamente, com descaramento, os patrões, as entidades patronais, passam a descontar menos», acrescentou, destacando que se trata de «uma transferência directa desse roubo para os bolsos do capital».
para o pcp é, por isso, «profunda demagogia falar em desemprego», porque as medidas agora anunciadas «significarão inevitavelmente mais desemprego e mão-de-obra mais barata, mais exploração dos trabalhadores».
«consideramos que este é o caminho para o desastre e se não interrompermos esta política, se não rejeitarmos este pacto de agressão, obviamente o país afunda-se, os trabalhadores viverão pior, os reformados viverão pior, a própria economia continuará em recessão», acrescentou jerónimo de sousa, numa referência ao acordo de ajustamento financeiro assinado com os credores internacionais.
para o líder do pcp, «a resposta tem de ser a luta» e apelou aos trabalhadores para responderem a «este roubo descarado».
«a questão está em saber se os trabalhadores baixam os braços e aceitam estas medidas draconianas, com prejuízo das suas vidas, ou se erguem e lutam contra esta política, contra este pacto de agressão e contra este governo que, de facto, quer dar cabo do resto», afirmou.
«é preciso que os trabalhadores respondam com indignação, com protesto, mas com luta para travar este caminho para o desastre que hoje foi anunciado por passos coelho», acrescentou, referindo que a cgtp convocou m dia nacional de luta para 1 de outubro, data do seu 42.º aniversário, que deverá envolver greves, acções de rua e plenários nas empresas.
jerónimo de sousa lamentou ainda que o primeiro-ministro, na sua declaração hoje ao país, em que anunciou um aumento das contribuições para a segurança social, tenha mostrado «mais uma vez aquilo que fica intocável, apesar daquelas palavras generalistas em relação aos lucros e grandes fortunas».
«aí não quantificou nada», sublinhou.
lusa/sol