A missão que o Benfica terá de ultrapassar esta noite em Old Trafford não é impossível, mas desconfiamos que nem Tom Cruise conseguiria ultrapassá-la com sucesso. O pior início de sempre na fase de grupos da Liga dos Campeões deixou as águias a precisar de um verdadeiro milagre para ainda poder sequer sonhar em seguir em frente na competição: é preciso vencer os três jogos que faltam e ainda rezar para que o Basileia não ganhe na receção desta noite ao CSKA de Moscovo nem ao próprio Manchester United na próxima ronda – também na Suíça, de onde o Benfica saiu vergado a uma das maiores derrotas europeias do seu historial.
E como se não bastasse o presente aterrador, há a história para frisar ainda mais o hercúleo da tarefa que espera os meninos às ordens de Rui Vitória: em 12 jogos de equipas portuguesas no reduto dos red devils… nem um triunfo para amostra – três empates e nove derrotas. É certo que um dos empates, o tal do golo de Costinha em 2003/04, teve tanto ou mais sabor que qualquer vitória, pois catapultou o FC Porto de Mourinho para a caminhada que só terminaria com o título de campeão europeu em Gelsenkirchen – e mesmo o 2-2 do Benfica em Old Trafford em 2011/12 foi muito positivo, pois permitiu aos encarnados garantir o apuramento para os oitavos-de-final, enquanto o United ficaria pelo caminho.
Mas tudo isto é história, e no presente pouco ou nada significa – dizem os entendidos. Hoje, o Benfica está mesmo obrigado a vencer. A seu favor poderá estar o calendário… do United: é que o conjunto orientado por José Mourinho – que continua a bater na tecla de ver no Benfica o “adversário mais forte do grupo” – vem de um exigente jogo com o Tottenham, seguindo-se uma não menos difícil visita ao terreno do Chelsea. Com a equipa praticamente apurada para a fase seguinte, podem esperar-se algumas poupanças, mas Rui Vitória desconfia de tal cenário. “Não acredito em facilidades. Esta equipa está habituada a ter intervalos curtos de competição e está preparadíssima. Por outro lado, pelo que sei da forma de trabalhar do José Mourinho, sei que quer somar pontos na Champions e não vai abdicar disso. O cansaço surge mais por dificuldades na confiança, a nível mental. Aos que estão a ganhar, o cansaço surge mais tarde”, salientou o técnico encarnado, garantindo esperar um duelo “de exigência máxima”.
Douglas, Jardel e Rafa foram as principais novidades na lista de convocados dos encarnados – os dois primeiros deverão mesmo ser titulares, dadas as ausências dos castigados André Almeida e Luisão.
Leão com problemas lá atrás Em Alvalade, respira-se bem melhor por estes dias, mas a verdade é que a qualificação para os oitavos-de-final também está dependente do que acontecer esta noite. Se vencer a Juventus, o Sporting fica numa posição bastante privilegiada para se apurar: basta-lhe ganhar novamente na próxima ronda, na receção ao Olympiacos. Um empate vai deixar tudo em aberto até à última jornada, enquanto uma derrota acaba com qualquer esperança dos leões.
Será um Sporting debilitado, aquele que se vai apresentar diante da Vecchia Signora. Piccini e Mathieu lesionaram-se em Vila do Conde, na última sexta-feira, e estão fora do encontro com a Juve, devendo ser rendidos no onze por Ristovski e André Pinto – com todas as consequências que isso poderá acarretar. No entender de Massimiliano Allegri, treinador dos italianos, não haverá mossa: “A equipa do Sporting é muito unida e defende bem.”
Jorge Jesus, porém, tem outra visão, até porque também William Carvalho estará em dúvida até à hora do jogo, devido a “um toque” sofrido no jogo com o Rio Ave. “Obriga-me a pensar numa maneira diferente. Ele é fundamental na forma como Sporting prepara o jogo para sair. Se ele não puder jogar mentalizo-mo nessa possibilidade, como já estava a fazer na possibilidade de ele sair no verão, mas felizmente não saiu”, realçou o técnico leonino, assumindo a sua preocupação pelo facto de ter de enfrentar um gigante como a Juventus com tantas limitações. “Se a Juve já me preocupava, mais preocupado ficou sem esses jogadores. Do ponto de vista defensivo é muita gente, mas acreditamos muito no que fizemos e achamos que vai decorrer tudo na normalidade”, realçou. Mais contundente foi Bruno Fernandes, ele que conhece bem a Juventus (já a defrontou por sete vezes quando jogava em Itália): “Vão sair daqui sem nada. A única forma de responder a isso é dentro do campo, vamos tentar não deixar que levem nada da nossa casa e se possível marcar um golo a mais do que eles para ficarmos já à frente.”
