Sucesso no Masters faz sonhar Wozniacki

Falou-se em surdina de que o fim da carreira poderia estar próximo. Afinal, é uma mulher bonita, endinheirada, bem-sucedida e agora com sólido romance como basquetebolista David Lee

Caroline Wozniacki tornou-se na nona jogadora a vencer o Masters sem ter sido antes campeã de torneios do Grand Slam.

Dessas nove jogadoras, em 47 edições, é a única a triunfar no Masters já tendo sido antes n.º 1 do ranking.

Aos 27 anos, é também a mais velha dessas nove jogadoras a triunfar no evento que agora se chama BNP Paribas WTA Finals Singapore presented by SC Global.

Irá a conquista do título mais importante da sua carreira catapultá-la para vencer finalmente um Major ou, pelo contrário, juntar-se-á às três jogadoras bem-sucedidas no Masters mas que falharam nos Majors: Sylvia Hanika (em 1982), Agnieszka Radwańska (2015) e Dominika Cibulková (2016)?

Admiro Wozniacki pelo empenho e pelas qualidades atléticas. Mente forte em corpo forte soou-me a uma boa receita, apesar de ser imitada no aspeto técnico-tático.

No entanto, depois da fase positiva em que foi finalista do US Open em 2009 e do Masters em 2010, e em que foi n.º 1 mundial no final de 2010 e de 2011, comecei a duvidar que voltasse à ribalta.

Foi até com alguma surpresa que a vi chegar de novo à final do US Open em 2014.

A sua relutância em evoluir, em não confiar em treinadores que tentaram modernizá-la, a teimosia de agarrar-se a uma toada calculista e defensiva, sem grande variedade, contrariando a tendência dos novos estilos mais potentes e agressivos, afigurou-se-me votada ao lento esquecimento.

Terminou 2015 fora do top-10 e a meio de 2016 tinha tombado para 34.ª, a sua pior classificação em 11 anos, embora também minada por algumas lesões, sobretudo no tornozelo.

Falou-se nos bastidores de que o fim da carreira poderia estar próximo. Afinal, é uma mulher bonita, endinheirada, bem-sucedida e agora com um sólido romance com o basquetebolista David Lee.

Mesmo conhecendo a sua tenacidade, surpreendeu-me a sua temporada de 2017. Chegou a oito finais, perdeu as seis primeiras mas venceu as duas últimas.

No Masters, em Singapura, surgiu mais atacante e ‘enfiou’ parciais de 6-0 a Simona Halep, Elina Svitolina e a Caroline Garcia. Só perdeu um encontro e quando já estava apurada. Nas meias-finais bastaram dois sets para desfeitear Karolina Plisková e na final despachou em dois sets a renascida Venus Williams, ainda fabulosa nos seus 37 anos, a mais velha finalista de sempre.

Atenção a Wozniacki em 2018. Poderá fazer como Chris Evert (em 1972), Gabriela Sabatini (1988), Jana Novotná (1997), Kim Clijsters (2002) e Amélie Mauresmo (2005), as grandes campeãs que triunfaram no Masters antes de conquistarem o seu primeiro Major.