BCP. “Estamos a trabalhar para ser o maior banco privado”

Banco liderado por Nuno Amado apresentou lucros de 133,3 milhões de euros nos primeiros nove meses do ano.

“Estamos a trabalhar para ser o maior banco privado com base em Portugal”. A garantia foi dada pelo presidente do BCP, Nuno Amado, durante a apresentação de resultados dos primeiros nove meses do ano. A instituição financeira apresentou lucros de 133,3 milhões de euros, uma melhoria face aos prejuízos de 251,1 milhões de euros verificados em igual período do ano passado. 

Para este resultado contribuiu a redução de NPE – (non-performing exposures, em inglês), que se pode explicar por crédito problemático – em 1,4 mil milhões de euros, cifrando-se nos 7,2 mil milhões de euros, ou seja, abaixo do objetivo de 7,5 mil milhões anunciado para o final de 2017. “Estamos a ter sucesso no plano de redução de NPE, com especial foco em Portugal”, acrescentado ainda que o BCP é um “dos bancos mais eficientes da Zona Euro e não devemos ter vergonha de o dizer”.

“Estamos bem posicionados do ponto de vista comercial, fizemos o nosso trabalho de casa”, nota, acrescentando que o banco continua a conseguir captar clientes. Só este ano, a instituição financeira conseguiu captar 258 mil clientes, dos quais 69 mil em Portugal. 

Já os clientes ativos totalizaram 5,4 milhões, o que representa um crescimento de 5,7% face a igual período do ano passado. 

Também a atividade de crédito registou um desempenho “muito favorável”, tanto nos particulares, como nas empresas. E diz  que há um conjunto de setores que até aqui não era possível conceder novos créditos. Um cenário que, segundo o presidente da instituição financeira, vai mudar já no próximo ano, já que vão deixar de existir “essas restrições”. 

O crédito a clientes cediu 3,5% para 50754 milhões de euros, recuando na habitação, no consumo e nas empresas, com a atividade nacional a ser a responsável pela quebra. Já os depósitos ascenderam a 50690 milhões de euros, subindo perto de 3,5% face a setembro do ano passado.

Comissões bancárias "estão estáveis"

As comissões bancárias avançaram 2,8% para 494,6 milhões de euros. Mas o presidente do banco deixa uma garantia: “as comissões bancárias estão estáveis em Portugal”, dizendo ainda que a “política de comissões tem sido bastante consistente”.

No campo dos custos operacionais, houve um recuo de 3,8% para 694,6 milhões de euros, dinamizado pelo indicador dos encargos com pessoal. Segundo Nuno Amado, os custos com pessoal não aumentaram em termos homólogos porque houve uma redução do quadro de pessoal, mas lembra que se assistiu à reposição de salários. 

BCP diz ter sido prejudicado pelo caso BES/Novo Banco

Em relação à venda do Novo Banco, o presidente da instituição financeira disse apenas que o processo judicial interposto pelo BCP está nas mãos dos tribunais. “Não impedimos que quem tomasse decisões as tivesse tomado, e não perdemos direitos que julgamos ter”, disse.

Mas já em relação a todo o processo BES foi mais crítico. “Fomos afetados antes da resolução por práticas e, vimos agora, situações que não eram normais. Afetados por um concorrente muito forte, em condições difíceis de combater na altura”.