‘Oh si, cariño!’ – A verdadeira história da obsessão espanhola pelas dobragens

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Do cinema à televisão, dos desenhos animados aos filmes com bolinha vermelha – os espanhóis dobram tudo. Porquê?

Como explica o site de tecnologia Hipertexual, é preciso recuar ao tempo do franquismo. Regime ultranacionalista, encarava o cinema como um meio de propaganda política e de uniformização linguística do país. Em 1941, é aprovada a Lei da Defesa do Idioma, um diploma muito semelhante ao vigente na Itália de Mussolini. O objectivo era claro: defender e impor o castelhano como língua única.

A dobragem de filmes provenientes de outros países era também uma forma de editar e censurar diálogos potencialmente subversivos ou pormenores da narrativa susceptíveis de ofender a moral conservadora. Em Casablanca, por exemplo, Rick Blaine (Humphrey Bogart) não era republicano.

Na Espanha democrática, o fenómeno mantém-se. Os efeitos são díspares. Por um lado, a ausência de outros idiomas na televisão e no cinema tornou os espanhóis ‘duros de ouvido’ na hora de aprender outras línguas. Por outro, a indústria das dobragens dá hoje emprego a um grande número de actores e de outros profissionais altamente qualificados.