Aproximar o corpo através do olhar

A exposição “40R” resulta de outras tantas obras assinadas por pessoas com deficiência mental ou física e procura alertar para questões sensíveis

No ano dedicado pelo Espaço T ao tema “Afinal o que é o Amor?”, a exposição “40 R” reúne uma coleção de 40 obras assinadas por pessoas com deficiência física e/ou mental.

A mostra tem como missão sensibilizar as pessoas com deficiência e incapacidade, e o público em geral, para as questões da igualdade de género e da violência: de género e doméstica. Fotografias, pinturas, desenhos e teatro foram as formas escolhidas para os autores das obras se exprimirem sobre os temas propostos.

De acordo com o presidente do Espaço t, Jorge Oliveira, “trabalhar questões de igualdade de género e violência, qualquer que ela seja, com indivíduos portadores de deficiência física e/ou mental está a ser um desafio superado. Estas pessoas, apesar dos seus handicaps, têm uma vontade enorme de saber e compreender o mundo que as rodeia. Usando a arte como meio de comunicação, o processo torna-se muito mais fácil”, introduz.

O responsável refere ainda que “por outro lado, muitas vezes, são também vítimas de segregação e violência de vários tipos”, usando esse argumento para justificar a iniciativa. ”É para nós muito importante dotá-las de conhecimentos para contribuir para uma maior consciencialização de que devem denunciar situações de que sejam vítimas”. defende.

O Espaço t procura deste modo “sensibilizar a comunidade para as questões da igualdade de género e da prevenção da violência doméstica, utilizando a arte como processo transformador e de mudança social”, pode ler-se na apresentação de “40 R”.

A exposição patente no espaço da Associação para Apoio à Integração Social e Comunitária, no Porto (Rua do Vilar), resulta de uma parceria com o ateliê de fotografia Olhar o Género desenvolvida junto das entidades associadas CerciGaia, CIAD – Centro Integrado para a Deficiência e Centro de Reabilitação da Condessa de Lobão – Santa Casa da Misericórdia do Porto. Pode ser vista até 31 de janeiro do próximo ano e é desenvolvida no âmbito do projeto Pró-Equal.