Investimento. Bitcoin volta a afundar e ameaça continuar no vermelho

A criptomoeda tem estado a perder valor. Uma das justificações para esta trajetória descendente é a possibilidade de serem aplicadas restrições

O preço da bitcoin continua a dar dores de cabeça a muitos investidores. As quedas têm sido acentuadas nas últimas semanas e refletem principalmente os receios de proibições. Ontem, de acordo com o site CoinMarketCap, esta criptomoeda tinha, às 13h10, caído cerca de 15% em apenas 24 horas.

Ainda assim, esta trajetória de desvalorização está longe de ser uma novidade. Este mercado, que sempre funcionou praticamente sem restrições, vê-se agora cada vez mais perto da criação de restrições e até proibições. A Coreia do Sul, por exemplo, tem estado a impor limites às transações e poderá mesmo proibi-las.

Recorde-se que, no final do ano passado, muitos alertavam para o facto de a bitcoin continuar a bater no vermelho, tendo desvalorizado mais de 26% numa semana. A perda de valor começou a acontecer principalmente depois de várias entidades defenderem que não se trata de um meio normal de pagamento, mas sim de uma forma de especulação.

Consumo de energia A bitcoin começou a ser mais falada do que nunca por causa do consumo de energia. De acordo com os últimos dados, o consumo de energia causado pela mineração virtual já ultrapassou o consumo de eletricidade de muitos países. Um estudo recente mostra que o consumo de energia já é o equivalente ao que acontece na soma de 20 países europeus.

De acordo com a Power Compare, o volume de eletricidade necessário para se minerar a quantidade de bitcoins atual já equivale ao consumo de 159 países individuais, incluindo a Irlanda, Croácia, Sérvia, Eslováquia e Islândia.

Na verdade, o consumo atual estimado já equivale a 0,13% das necessidades globais de energia elétrica. Se compararmos estes consumos de energia da criptomoeda a um país, ficamos a saber que estaria em 61.o lugar no ranking mundial de consumo de eletricidade.

Além destes dados preocupantes, há ainda o facto de ser esperado que o consumo continue a subir de forma vertiginosa. Por exemplo, em apenas 30 dias, o consumo de energia aumentou 30%.

Para se ter uma ideia mais clara do problema que enfrentamos com esta moeda digital, é preciso entender que a produção da criptomoeda tem estado a consumir tanta energia como a Dinamarca. Naturalmente, estes dados têm estado a assustar os mais preocupados com a sustentabilidade do mercado de moedas virtuais e a própria sustentabilidade do planeta.

Outro aspeto para o qual muitos têm estado a alertar está relacionado com o facto de o aumento do valor da moeda implicar um aumento proporcional do consumo de mineradores, da mesma forma que o contrário também é verdade. E é neste fluxo que o consumo aumenta ou diminui, respetivamente.

Recorde-se que quando falamos deste tipo de moedas estamos a falar de sistemas anónimos e independentes das flutuações cambiais. Aliás, é por não deixar qualquer vestígio que esta moeda tem sido utilizada por redes de crime, tanto para branqueamento de capitais como para fraudes. Esta é, aliás, uma das maiores críticas a este sistema. Mas há outras. Para muitos, estes pagamentos são ilegais e existe ainda o problema de o sistema ser vulnerável ao roubo.