Woody Allen. O efeito de dominó, pelas peças que já caíram

O número de atores e atrizes que, reacendida a polémica de há 25 anos, se mostram arrependidos por terem trabalhado com o realizador de “Manhattan”, não pára de aumentar. Um apanhado do que se tem dito em Hollywood sobre Woody Allen.

Joaquin Phoenix: “Quando trabalhei com o Woody [como protagonista em ‘Homem Irracional’, de 2015], sabia das coisas vindas a público há anos […] E sei que a filha acabou por publicar uma carta aberta, da qual não estava a par quando trabalhámos juntos.”

Rebecca Hall: “Depois de ter lido e relido as afirmações de Dylan Farrow de há uns dias e de ir à procura das mais antigas, percebo, não como este assunto é complicado, mas que as minhas ações fizeram com que outra mulher se sentisse silenciada e desacreditada. Isso não é algo com o qual seja fácil viver no atual ou em qualquer momento, e estou profundamente arrependida. Arrependo-me desta decisão, que não seria a mesma hoje.  É um pequeno gesto e [que] não [procura ser] uma compensação, mas doei o meu salário ao Time’s Up […] e quero continuar a apoiar e a fazer parte deste movimento positivo na direção de uma mudança que espero que não seja apenas em Hollywood, mas em toda a parte.” 

Natalie Portman: “Acredito na Dylan”, disse numa entrevista a Oprah a atriz que trabalhou com o realizador em “Toda a Gente Diz que te Amo” (1996). “Queria dizer isto: que acredito em ti, Dylan.”

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Timothée Chalamet: “Este ano mudou a forma como vejo e o que sinto em relação a muitas coisas […] Tenho escolhido os projetos da perspetiva de um jovem ator que tenta seguir os passos de atores que admira […] Em entrevistas recentes, têm-me feito perguntas sobre o que me levou a trabalhar com Woody Allen no verão passado. A essa questão não posso responder diretamente por obrigações contratuais. Mas posso dizer que não quero os lucros do meu trabalho nesse filme e, por isso, doarei a totalidade do meu salário ao Time’s Up, ao centro LGBT de Nova Iorque e ao RAINN.”

Greta Gerwig: “Se soubesse o que sei agora, não teria participado no filme [’Para Roma com Amor’, de 2012]. Não voltei a trabalhar para ele depois disso, nem voltarei. A Dylan Farrow… fez-me perceber que contribuí para a dor de outra mulher, e fiquei com o coração desfeito quando percebi isso.”

Mira Sorvino: “Confesso que quando trabalhei com Woody Allen era uma jovem atriz ingénua. Engoli a narrativa dos média de que as alegações de abusos vinham da disputa judicial entre Mia Farrow e ele […] Por isto, devo um pedido de desculpas à Mia.” 

Chloë Sevigny: “Estou a lidar com um conflito interior que vem dessa decisão [de ter trabalhado com Woody Allen no filme ‘Melinda e Melinda’, de 2004]. Trabalharia com ele outra vez? Provavelmente, não.”

Colin Firth: “Não trabalharia com ele [Woody Allen] novamente”, afirmou em comunicado o ator que em 2014 protagonizou, num elenco que contava com Emma Stone, “Magia ao Luar”.